Graça e paz caro(a) leitor(a).
É com muito prazer e satisfação que venho através desse post inaugurar esse modesto blog, bem como uma série de mensagens que tem a linha de interpretação escatológica AMILENISTA como foco principal. Talvez para muitos, esse seja apenas mais um blog de teologia, mas gostaria de chamar sua atenção para observar algumas questões que considero pertinentes, tendo em vista que congrego em uma comunidade pentecostal clássica.
1) Primeiramente, o que difere este blog dos demais é o fato de eu ser pentecostal, como já disse anteriormente. Para aqueles que estão mais familiarizados com questões escatológicas, sobretudo a respeito do milênio (Ap 20), sabem que praticamente é muito raro existir um pentecostal/amilenista, já que a maioria dos cristãos que defendem o amilenismo são de profissão de fé reformada como (e principalmente) os presbiterianos.
2) Com o surgimento do pentecostalismo no início do século XX na rua Azusa, o pré-milenismo começou a ganhar força, já que seu conceito aparece defendido nos primeiros séculos da Igreja (assim como o pós-milenismo e o amilenismo). A hermenêutica da teologia pré-milenista possui uma abordagem futurista/literalista do Apocalipse e com freqüência arroga para si o fato de fazer tal hermenêutica com base no método gramático-histórico de interpretação. Digo literalista (e não literal) porque interpreta de forma equivocada muitas passagens com claros e evidentes simbolismos e sentido não literal como o caso de Ap 20. Para esclarecer melhor essa questão, o Rev. Augustus Nicodemos responde a um comentário feito em seu blog no post sobre interpretação gramático-histórico: “[...] o método G-H de interpretação não é necessariamente literalista, isto é, ele não lê o texto sempre literalmente, mas somente quando a literalidade faz parte do gênero.” Ou seja, mesmo uma leitura gramático-histórica do Apocalipse vai considerar as descrições, os números, as figuras, etc, como sendo figurados. O fato é que não podemos confundir interpretação literalista com ortodoxia, ou seja, dizer que a forma como o pré-milenismo faz a sua hermenêutica do Apocalipse seja verdadeiramente correta e conseqüentemente bíblica (parece-me óbvio que não é).
3) Mesmo sendo pentecostal, não tenho receio de dizer que ele (o pentecostalismo) erra ao adotar o pré-milenismo como linha escatológica e por isso resolvi criar esse blog, para que não só o amilenismo seja difundido entre a comunidade pentecostal como também os meus amados irmãos em Cristo que professam a mesma linha denominacional possam ver a coerência e compromisso que a teologia amilenista possui com uma hermenêutica séria da Bíblia.
4) Por último, mesmo dentro do amilenismo pode-se notar divergências de opiniões aqui ou ali, porém nada que possa desqualificar o mesmo. Basicamente são dois os segmentos amilenistas mais conhecidos: o amilenismo agostiniano e o amilenismo clássico. Eu defendo o último por ser o mais centrado e bíblico e futuramente irei postar algo sobre as principais diferenças entre esses “irmãos” escatológicos. Também vale lembrar que Amilenistas geralmente adotam o idealismo para explicar as interpretações “alegóricas” do Apocalipse, competindo assim com outras linhas interpretativas como a preterista, historicista, futurista e a dispensacionalista progressista (essas são as mais conhecidas). Mesmo tendo já um certa instrução sobre essas questões em particular, penso que o idealismo não supre e/ou não suporta em boa parte o que interpreta e tenciona a respeito do Apocalipse, muito embora eu ainda não tenha um posição específica para defender. Há também um argumento muito usado por alguns teólogos (os que se opõe ao amilenismo) que alia o liberalismo teológico ao amilenismo. É verdade que não só entre os amilenistas, mas também pós-milenistas e mesmo entre outras correntes teológicas que não somente a escatológica existem liberais, logo, é correto dizer que o amilenismo não gera liberais, mas são alguns deles que pelos seus próprios motivos acabam adotando o amilenismo, fazendo assim com que por vezes haja confusão.
No mais, quero deixar registrado minha alegria em ter a sua atenção voltada para as minhas futuras postagens e espero conquistar sua admiração mesmo que venhamos a divergir nos pontos supracitados e/ou que ainda virão.
[ATUALIZADO - 01/06/2010]
Atualmente, mesmo congregando em uma comunidade de teologia e prática pentecostal clássica, minha compreensão sobre a doutrina do batismo no Espírito Santo mudou. Após confrontar com as Sagradas Escrituras o ponto de vista pentecostal sobre o assunto, cheguei a conclusão que o mesmo não se sustenta, ainda que para alguns tudo seja apenas uma questão de terminologia.
Portanto, creio que o termo "batismo no Espírito Santo" refere-se à conversão e não a uma experiência subsequente a ser buscada. Creio sim no enchimento e capacitação do Espírito na vida do cristão, mas entendo que são obras distintas do batismo no Espírito Santo.
Um forte abraço, em Cristo.
Mauricio Machado, vulgo MAC.
É com muito prazer e satisfação que venho através desse post inaugurar esse modesto blog, bem como uma série de mensagens que tem a linha de interpretação escatológica AMILENISTA como foco principal. Talvez para muitos, esse seja apenas mais um blog de teologia, mas gostaria de chamar sua atenção para observar algumas questões que considero pertinentes, tendo em vista que congrego em uma comunidade pentecostal clássica.
1) Primeiramente, o que difere este blog dos demais é o fato de eu ser pentecostal, como já disse anteriormente. Para aqueles que estão mais familiarizados com questões escatológicas, sobretudo a respeito do milênio (Ap 20), sabem que praticamente é muito raro existir um pentecostal/amilenista, já que a maioria dos cristãos que defendem o amilenismo são de profissão de fé reformada como (e principalmente) os presbiterianos.
2) Com o surgimento do pentecostalismo no início do século XX na rua Azusa, o pré-milenismo começou a ganhar força, já que seu conceito aparece defendido nos primeiros séculos da Igreja (assim como o pós-milenismo e o amilenismo). A hermenêutica da teologia pré-milenista possui uma abordagem futurista/literalista do Apocalipse e com freqüência arroga para si o fato de fazer tal hermenêutica com base no método gramático-histórico de interpretação. Digo literalista (e não literal) porque interpreta de forma equivocada muitas passagens com claros e evidentes simbolismos e sentido não literal como o caso de Ap 20. Para esclarecer melhor essa questão, o Rev. Augustus Nicodemos responde a um comentário feito em seu blog no post sobre interpretação gramático-histórico: “[...] o método G-H de interpretação não é necessariamente literalista, isto é, ele não lê o texto sempre literalmente, mas somente quando a literalidade faz parte do gênero.” Ou seja, mesmo uma leitura gramático-histórica do Apocalipse vai considerar as descrições, os números, as figuras, etc, como sendo figurados. O fato é que não podemos confundir interpretação literalista com ortodoxia, ou seja, dizer que a forma como o pré-milenismo faz a sua hermenêutica do Apocalipse seja verdadeiramente correta e conseqüentemente bíblica (parece-me óbvio que não é).
3) Mesmo sendo pentecostal, não tenho receio de dizer que ele (o pentecostalismo) erra ao adotar o pré-milenismo como linha escatológica e por isso resolvi criar esse blog, para que não só o amilenismo seja difundido entre a comunidade pentecostal como também os meus amados irmãos em Cristo que professam a mesma linha denominacional possam ver a coerência e compromisso que a teologia amilenista possui com uma hermenêutica séria da Bíblia.
4) Por último, mesmo dentro do amilenismo pode-se notar divergências de opiniões aqui ou ali, porém nada que possa desqualificar o mesmo. Basicamente são dois os segmentos amilenistas mais conhecidos: o amilenismo agostiniano e o amilenismo clássico. Eu defendo o último por ser o mais centrado e bíblico e futuramente irei postar algo sobre as principais diferenças entre esses “irmãos” escatológicos. Também vale lembrar que Amilenistas geralmente adotam o idealismo para explicar as interpretações “alegóricas” do Apocalipse, competindo assim com outras linhas interpretativas como a preterista, historicista, futurista e a dispensacionalista progressista (essas são as mais conhecidas). Mesmo tendo já um certa instrução sobre essas questões em particular, penso que o idealismo não supre e/ou não suporta em boa parte o que interpreta e tenciona a respeito do Apocalipse, muito embora eu ainda não tenha um posição específica para defender. Há também um argumento muito usado por alguns teólogos (os que se opõe ao amilenismo) que alia o liberalismo teológico ao amilenismo. É verdade que não só entre os amilenistas, mas também pós-milenistas e mesmo entre outras correntes teológicas que não somente a escatológica existem liberais, logo, é correto dizer que o amilenismo não gera liberais, mas são alguns deles que pelos seus próprios motivos acabam adotando o amilenismo, fazendo assim com que por vezes haja confusão.
No mais, quero deixar registrado minha alegria em ter a sua atenção voltada para as minhas futuras postagens e espero conquistar sua admiração mesmo que venhamos a divergir nos pontos supracitados e/ou que ainda virão.
[ATUALIZADO - 01/06/2010]
Atualmente, mesmo congregando em uma comunidade de teologia e prática pentecostal clássica, minha compreensão sobre a doutrina do batismo no Espírito Santo mudou. Após confrontar com as Sagradas Escrituras o ponto de vista pentecostal sobre o assunto, cheguei a conclusão que o mesmo não se sustenta, ainda que para alguns tudo seja apenas uma questão de terminologia.
Portanto, creio que o termo "batismo no Espírito Santo" refere-se à conversão e não a uma experiência subsequente a ser buscada. Creio sim no enchimento e capacitação do Espírito na vida do cristão, mas entendo que são obras distintas do batismo no Espírito Santo.
Um forte abraço, em Cristo.
Mauricio Machado, vulgo MAC.