Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. Cleómines A. de Figueiredo, mestre em Teologia do Novo Testamento (Reformed Teological Seminary,
Jackson Mississipi - EUA) e doutor em Ministério (Reformed Teological Seminary -
EUA). Atualmente é pastor da Igreja Presbiteriana Metropolitana de Belo Horizonte.
Simples nome – Milênio – em torno do qual giram as correntes do pensamento escatológico. E exatamente por isso ao tratar deste assunto, o escritor cristão deve ter cuidado de associar sinceridade, verdade e amor. Os extremistas ferem e conduzem ao erro.
Por estar o assunto milenista arraigado no espírito histórico do cristianismo, e isto há mais de um milênio, só de se pensar em expor o assunto, já se é visto, quando não bem informado, no mínimo superficialíssimo. Entretanto, tratar do assunto escatológico sem uma referência ao pensamento milenista é deixar espinho na plantação do trigo.
A origem do pensamento milenista é judaico. Especialistas da história doutrinária citam fontes judaicas em que o pensamento milenista é frutuoso. Os apócrifos (o livro dos segredos de Enoque; segundo Habacuque) trazem idéias de um reino milenial aqui na terra.
Não se deve esquecer, entretanto, que o único texto da Bíblia que fundamenta as teses milenistas é Apocalipse 20.1-6. Alguns, por causa de textos como estes e do pensamento judaico expresso nos apócrifos e escritos rabínicos, afirmam que João se influenciou com o Judaísmo, o que discordamos, pois o pensamento do NT é pensamento cristão na simbologia (letra) judaica. Porque a idéia do milênio tem origem judaizante, é lógico que a Igreja cristã, desde os primórdios, lutou com ela.
Tem se a notícia de que entre os “Pais” (primeiros representantes do pensamento cristão), apenas Papias e Justino (100 – 150 d.C.) aceitavam a idéia do milênio na terra, sendo que Justino se contradizia muito. Ainda se crê que a idéia veio á tona realmente entre o segundo e o terceiro séculos, e interessante é que o Credo Apostólico, que nasceu contemporaneamente, não se refere ao assunto. E ignorar mil anos de uma história gloriosa, de um Reino de Cristo na terra, ou foi descuido exagerado do grande Concílio ou de fato o pensamento não é doutrina cristã.
Os heréticos montanistas aceitavam-na (II séc.). Caio de Roma, Hipólito, Orígenes (todos do séc. II) militaram contra ela. Temos em Agostinho (354-439 AD), a primeira estrela da Teologia Paulina, um simpatizante da idéia, mas depois de acurado estudo combateu-a tão ardorosamente que por muitos séculos a Igreja cristã a esqueceu. Na reforma ela reaparece e novamente é combatida. Calvino dedica uma página de sua Institutas para combatê-la, e a chama de idéia “pueril” em outro lugar. A confissão de Augsburgo, preparada pelo Teólogo da Reforma, Melancton, considerou-a “uma idéia judaica”. A confissão de Eduardo VI, base da confissão Anglicana, a rejeitou também, e considera oponentes às Escrituras os que a aceitam. Quanto as Confissões Helvética e Belga, a primeira a chama de sonhos judaicos, e a segunda a ignora. Também vale lembrar a Confissão de Westminster; no Catecismo Maior e nas sessões escatológicas, ignoram o assunto.
Agora vejamos de perto a idéia milenista terrenal.
Os devotos deste pensamento cometem o mesmo erro dos Judeus, que na época de Jesus materializaram o ensino espiritual das Escrituras. Em vez de olhar para o Messias como Redentor do Pecador, se apegaram ao Reino no Mundo; e porque o Reino de Jesus “não era deste mundo”, condenaram-no.
Assegura o Prof. Harold Schaly, do Seminário Batista do Norte, grande pesquisador, que o pensamento milenista surgiu da idéia que Jesus veio ao mundo para estabelecer mesmo um reino com o povo Judeu (o termo Reino de Deus é assim por eles entendido). E Jesus e João Batista proclamaram a chegada deste Reino. Mas a tentativa do estabelecimento do tal Reino fracassou, pois os Judeus rejeitaram Jesus. Em vista disso, duas atitudes (Novas?) Cristo teve que tomar:
1. Transferir este Reino para o Futuro (Milênio).
2. Fundar a Igreja, que nada tem a ver, e é um simples parêntese entre a primeira e a segunda vindas.
Alguns dicotomizam a Bíblia, dizendo que as bem-aventuranças, Apocalipse de 4-19, e outros textos, não são para a Igreja.
Para o estabelecimento deste Reino, a segunda vinda foi dividida em duas etapas:
1. Para a Igreja: Arrebatamento;
2. Para estabelecer o Reino com a Igreja, para os Judeus. Entre essas duas etapas acontece a grande Tribulação (= 7 anos), e com este arranjo surgem muitas ressurreições e juízos de igual modo (Alguns chegam a 5 ressurreições e 5 juízos!).
Este reinado de Cristo na terra, o Milênio fracassado na primeira tentativa(!), será realizado na terra, como outro reino qualquer, havendo pessoas revoltadas, guerras, conflitos e o “Rei” Jesus, com sede em Jerusalém atendendo telefone(?), tendo audiências marcadas como Presidente(?) e guerreando com armas, bombas, fuzis(?), mantendo a “ordem” com os santos(?), mantendo a soberania do estado de Israel(?).
No fim deste milênio, os revoltosos irão crescer em número como a areia do mar. Afinal, o reinado de paz milenal com o Rei - Jesus - no trono material não conseguirá agradar aos súditos milenistas que se revoltarão para a grande batalha, com cavalaria(?), e Cristo vencerá esta luta derramando muito sangue.
Neste Reino a Igreja estará presente como “corpo estranho”. Viverão juntos os crentes ressuscitados, os não-ressuscitados e os ímpios rebeldes, e Cristo e os santos a governar(?) essa massa ímpia. Como pode ser isto quando a Bíblia garante que vão descansar, entrar no gozo eterno e na glória perenal, onde estarão livres de toda lágrima e desencanto? Agora, segundo esta estranha idéia, aqui no milênio terão algumas dores de cabeça enquanto governam os ímpios, convivendo com a imperfeição e a morte natural.
Com o esquema pronto, pegam o texto de Apocalipse 20:1-6, e nele se fundamentam, fazendo-o dizer em seu favor. Uma exegese bem feita do texto bíblico, considerando o contexto revelacional, escritural e histórico do Apocalipse, revelará o engano.
É um texto, como aliás, todo o Apocalipse e toda literatura apocalíptica, cheio de simbolismo.
Não se pode interpretar um texto sem observar o propósito para qual foi escrito. Por isso é necessário conhecer o escopo do livro. Querer achar significado para cada símbolo, cada ato, apegando-se muito à simbologia, pode desviar a atenção para o desnecessário, senão para o inconveniente (quanto aos números pode até gerar superstição).
Desde os tempos apostólicos a Igreja crê que estamos sob o reinado de Cristo e sua Igreja. As profecias do Velho Testamento não fracassaram quando da primeira vinda de Cristo, pelo contrário, tiveram espiritualmente o resultado previsto. O descendente de Davi assentou-se no trono, eternamente, conforme nos assegura Pedro. Ou seja, que Cristo assentou-se no trono de Davi e afirma que isto aconteceu quando da sua ressurreição (At 2:30,31). Os textos de 1Co 15:25; Mt 28:18; Ef 1:22 contundentemente apresentam Jesus como Senhor reinando. É verdadeiro malabarismo teológico deslocar o senhor Jesus da destra do trono de Deus e fazê-lo assentar num trono temporal que, inclusive, renunciou na sua primeira vinda (Jo 6:15 e 18:36).
O que Apocalipse quer dizer aos crentes é que aqui, deste lado da vida, parece que estamos fracassando, perdendo, sofrendo, sendo perseguidos e mortos. Apesar de tudo, ele reina, e há de vir para julgar os nossos inimigos: o dragão (Satanás, a antiga serpente), as bestas (os sistemas do Anticristo) e a Babilônia (o mundo e suas seduções e fascinações).
A luz do conhecimento da palavra de Deus e da história da doutrina escatológica da igreja, concluímos:
1. Estamos no período milenial.
A Igreja reina no Céu (triunfante, Ap 20:4 - almas) e reina na terra (militante, vencedora, Ap 1:6 e 1Pe 2:9 - somos reis e sacerdotes).
2. Satanás está preso.
Apocalipse 20:3 diz que Satanás será preso por mil anos. Agostinho, em sua exegese, concluiu que Cristo o prendeu na sua primeira vinda. Ele “manietou o valente” (Mt 12:26-29), desfez as obras (Hb 2:14) e triunfou dele na Cruz (Cl 2:15). Expulsou e Julgou o príncipe deste mundo (Jo 12:31; 16:11). Em Lucas 10:17,18 ele é lançado à terra quando os discípulos pregavam.
A mesma palavra usada em Ap 20:3 para a prisão de Satanás, Paulo a usa para dizer que a esposa está presa ao marido. É claro que aqui não significa inativo, mas apenas limitado. E graças a Deus, em toda a Bíblia a ação do inimigo, mormente após a primeira vinda, é mostrada como limitada. O próprio livro de Apocalipse mostra isto na expressão “foi-lhe dado...”. Sua prisão, cremos, é relacionada com o impedimento de sua ação contra a Igreja (MT 18:16-18), sendo que ele não pode impedir o avanço da Igreja e do evangelho.
3. Satanás será solto.
Esta limitação, entretanto, terá fim. De certo modo ele será solto (ou, quem sabe já esteja?). E quando for solto, isto será concomitante com a grande tribulação (Mt 24:29-30), com a apostasia (2Ts 2:8), e isto por breve tempo (Ap 20:8), na iminência da volta do Senhor, que descerá dos Céus e destruirá o Anticristo e seus aliados.
E então se seguirão o novo céu e a nova terra, onde, em justiça, habitaremos com o Senhor não por mil anos, mas para sempre (1Co 15:52).
Os judeus acreditam na era Messiânica, que tem tudo haver com o que a Bíblia diz sobre os mil anos de paz. Eles também dizem que perto dessa era haverá a redenção de Israel, o que também parece ter base na Bíblia, que fala sobre os 144 mil.
ResponderExcluirJesus ainda não reina nesse mundo, olha a sua volta e você verá. O mundo está indo para a total depravação moral, veja as leis do código penal que estão querendo impor: liberação das drogas, apologia ao homossexualismo entre outros. Até pastor gay já existe.
Abraços,
Evandro
Evandro,
ResponderExcluirSó não se esqueça que os judeus tinham um conceito do reino de Deus totalmente equivocado com o que o Senhor Jesus estava propondo. Esperavam um messias "forte" e receberam um carpinteiro; esperavam um reino político, livre da opressão do império romano, e receberam "o meu reino não é desse mundo" (Jo 18:36) da boca do carpinteiro. Logo, parece-me que os judeus não deviam ser tomados como parâmetro para interpretar as Escrituras.
Dessa forma Jesus não reina nesse mundo, nem era a intenção dele para enquanto a humanidade não fosse redimida totalmente do pecado. É preciso entender a natureza do reinado de Cristo na época atual. O fato de que o mundo jaz no malígno (1Jo 5:19) não impede o reinado dEle, à destra do Pai nos céus, e Ele, mesmo em meio ao caos, controla a história e toda a criação (inclusive Satanás).
A natureza do reinado de Cristo é espiritual, e Ele já o inaugurou na sua primeira vinda (Mt 4:17). Ora, se temos um reino, então também já temos o seu governante exercendo poder e domínio. A questão é que essa obra foi apenas inaugurada, e está aguardando o dia em que os inimigos de Deus e Seus santos sejam punidos e destruídos, a saber, o pecado, a morte e Satanás (1Co 15:24-26).
O que nos falta ainda é o momento em que esse reinado será pleno, mas isso só se dará após a segunda vinda de Cristo, nos novos céus e nova terra.
Mac.
Está enganado, Mac. As revelações messiânicas que temos hoje vieram do judaísmo, ou melhor, dos seus profetas. Os profetas diziam que o Messias livraria Israel de seus inimigos e a restauraria e estabeleceria um governo na terra, coisa que os cristãos acreditam. Eles não estavam totalmente equivocados, apenas não compreendiam integralmente a profecia, assim como muitos de nós também não as compreende totalmente.
ResponderExcluirNa época de Jesus, era bastante compreensível que esperassem um rei forte que os livraria de Roma e restaurasse a antiga Israel e a sua gloria. Os antigos rabinos, e muitos hoje, com base em Isaias 53, acreditam que existiriam dois messias, que eles chamam de Ben José, o servo sofredor, e Ben David, o rei forte e vitorioso.
Ainda hoje, mesmo entre os Judeus que acreditam que Jesus é o Messias, ainda, para eles, é difícil crer que Jesus era Deus encarnado.
O reino de Jesus na terra ainda não começou, pois uma prova disso é Israel. Esse país, cujo povo conservou sua identidade de nação, e, profetizado por Ezequiel, se reuniu de vários países a fim de formar a nação de Israel, será o ponto central do governo de Cristo na terra.
Abraços,
Evandro
Evandro,
ExcluirVocê disse "As revelações messiânicas que temos hoje vieram do judaísmo", e isso é inegável. Mas você também disse anteriormente que "Os judeus 'acreditam' na era Messiânica". Por "acreditam" deduzi que o tempo verbal que você usou estava se referindo a qualquer judeu.
Se você for pré-milenista, sobretudo dispensacionalista, é comum ver nessas posições uma confiança exagerada no que os judeus tem a dizer sobre profecia bíblica. Daí a minha réplica.
É bem óbvio que aos profetas - judeus - veterotestamentários foi lhes revelado que haveria um tempo de paz e prosperidade. Depois, os judeus da época de Cristo estavam certos em esperar tal tempo, porém o grande equívico deles foi em não entender a natureza e o tempo do cumprimento do que havia sido profetizado.
Todavia, aos judeus convertidos como Paulo, Pedro, etc, foi dado mais luz a respeito não só disso, mas de outros assuntos, de modo que nenhum autor bíblico neotestamentário apóia e encoraja qualquer tipo de reinado físico e literal de Cristo sem ter antes acabado com seus inimigos, conforme já demonstrei anteriormente. Isso só se dará plenamente nos novos céus e nova terra.
Aliás, até agora você tem afirmado que Cristo não reina. Então, como você entende Mt 4:17 e 1Co 15:24-26, que claramente dizem que o reinado de Cristo começou na sua primeira vinda?
Da forma como os judeus e milenaristas entendem, o reino de Jesus ainda não começou e nem vai começar.
Que conceito é esse onde Cristo reina com crentes com seus corpos glorificados juntamente com pessoas não transformadas, numa terra ainda não redimida em que ainda habita o pecado?
Abraço.
Mac.
Mac,
ExcluirOs judeus não têm escolha. Esse povo está debaixo dessas profecias, querendo ou não. É claro que existem aqueles que não acreditam em nada, pois há diferentes denominações judaicas, assim como há diferentes denominações evangélicas.
Eu converso com muitos judeus e até já visitei suas sinagogas no dia do shabat, e posso dizer que mesmo os mais religiosos, apesar de afirmarem que Jesus não foi o messias, dizem que haverá uma era messiânica de paz, e um dos motivos de acreditarem nisso ansiosamente é que nesta era também será o tempo da redenção de Israel perante o nosso Deus. Os mais religiosos creem que por causa dos pecados da nação, ela não é aquilo que Deus queria que ela fosse, mas com a chegada do Messias, finalmente ela será redimida. Entende? Apesar de não crerem em Jesus, eles creem na vinda poderosa de um Messias que os livrará dos inimigos e redimirá Israel, exatamente o modo que Jesus é descrito no apocalipse.
Eu li as passagens bíblicas que me recomendou, mas não vi nelas certeza que Jesus reina na terra atualmente.
Em Mt 4:17 diz: “Daí em diante Jesus começou a anunciar a sua mensagem. Ele dizia: — Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!” Estar perto não significa que já chegou.
A outra passagem 1Co 15:24-26: “ 24 e então virá o fim. Cristo destruirá todos os governos espirituais, todas as autoridades e poderes e entregará o Reino a Deus, o Pai. 25 Pois Cristo tem de reinar até que Deus faça com que ele domine todos os inimigos. 26 O último inimigo que será destruído é a morte.” Me parece que ela fala sobre o reinado milenar de Cristo, digo isso por causa 1Co 15:23: “Porém cada um será ressuscitado na sua vez: Cristo, o primeiro de todos; depois os que são de Cristo, quando ele vier”. A ressurreição dos membros da Igreja de Cristo ainda não se deu, pois Jesus ainda não voltou, e o versículo diz que acontecerá “quando ele vier”.
Se o reino de Cristo já se faz presente então porque o Diabo não está preso hoje em dia?
Abraços,
Evandro
Evandro,
ExcluirComo a nação de Israel poderá ser redimida na segunda vinda de Cristo para gozar de mil anos de paz e prosperidade se na visão pré-milenista, conforme minha pergunta no último comentário, os santos glorificados estarão vivendo numa terra ainda contaminada pelo pecado?
Isso está mais perto de um malabarismo exegético do que da verdade bíblica.
No AT temos profecias falando de um tempo de paz e prosperidade e, quanto ao tempo do seu cumprimento, basicamente temos duas opções: Ou elas estão se referindo a primeira vinda do Senhor, ou estão se referindo aos novos céus e nova terra (Is 65:17; 66:22) - Salvo as que falam do retorno de Israel do cativeiro babilônico.
Estou admirado pela sua negação do reinado de Cristo a partir da sua primeira vinda. Evandro, este fato é inegável.
Pedro demonstra isso em At 2:30,31:
30 - Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que colocaria um dos seus descendentes em seu trono.
31 - Prevendo isso, falou da ressurreição do Cristo, [...]
Ou seja, não só essa mas todas as passagens que falam do Cristo em Seu trono, a destra do Pai, estão afirmando seu atual reinado a partir da Sua ressurreição.
Outras passagens como Mt 28:18 e Ef 1:22, que falam respectivamente da autoridade de Cristo e do Seu senhorio sobre todas as coisas confirmam claramente o atual reinado dEle.
Agora, você disse não ter visto certeza do atual reinado de Cristo nas passagens supracitadas. Bem, se o seu problema é com o significado, então veja o que João Batista diz um capítulo antes de Mt 4, em Mt 3:2:
"E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus."
Está claro aqui que Cristo estava inaugurando seu reinado com o início do seu ministério, que tem o seu ponto alto a partir da Sua ressurreição e ascensão, conforme já mostrei.
Assim, conforme a sua fala sobre Mt 4:17, a saber, "Estar perto não significa que já chegou", você tem um grande problema nas mãos resignificando "perto" como não tão perto assim, pois já temos quase dois mil anos que esse "perto" está bem longe, na verdade.
Sim, o texto diz que a ressurreição acontecerá quando Cristo vier pela segunda vez, mas de modo algum diz que seu reinado acontecerá depois disso.
O verso 24 diz "Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus", ou seja, o reino termina e é seguido pelas ressurreições "na Sua vinda" (v. 23).
Se está claro que Cristo derrotará seus inimigos na sua segunda vinda, conclui-se que Ele já reina, conforme reforça o verso 25 ao dizer "Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés", ou seja, no fim do reinado.
Mac.
Mac,
ExcluirExiste um plano de Deus para Israel. Hoje em dia o judaísmo está morto espiritualmente para Deus, pois a cabala, a principal doutrina judaica farisaica, não tem nada a ver com o Deus de Israel, mas chegará um tempo em que Israel será espiritualmente ressuscitada, e não será por causa dela mesma e sim pelo Santo Nome de Deus.
Sobre o fato dos santos, no reinado milenar de Cristo, estarem vivendo com outras pessoas que não tem a mesma condição, gostaria de lembra-lo que aqueles que sobreviverem a segunda vinda de Cristo estarão verdadeiramente em Cristo, pois terão sobrevivido a grande tribulação. A revolta contra Jerusalém, somente acontece depois de mil anos, quando satanás for solto.
Quero entender sua linha de raciocínio então lhe pergunto: se estamos no reinado de mil anos de Cristo, quando isso começou? Vivemos em uma era de paz como descrita em Apocalipse 20:4? Já faz mais de 2 mil anos que Cristo morreu e ressuscitou, quando ele voltará? Se são mil anos não era para ter acabado, pois já faz mais de dois mil anos?
Estamos em um tempo em que há uma clara percepção que nossa sociedade está decaindo moralmente. Quase todos que falo me dizem: “É daqui para pior”. Se Jesus reina e o diabo, na minha percepção está preso, porque nossa sociedade está apodrecendo moralmente?
Abraços,
Evandro
Evandro,
ExcluirAntes de ir aos seus questionamentos, pergunto: você defende qual linha, pré-milenismo histórico ou dispensacionalista?
Outrossim, o quanto você está familiarizado com as demais linhas escatológicas além da qual você defende?
Quanto a acontecer uma conversão em messa de Israel antes da segunda vinda de Cristo e quanto a haver profecias afirmando tal conclusão, tudo isso é questionável. Mas esse não é o ponto. Prossigamos.
Quanto a aqueles que - hipoteticamente - estão verdadeiramente em Cristo no milênio, o ponto não é esse. Estou falando do fato de que essas pessoas não estarão glorificadas e estarão convivendo com outras que estarão (as que ressuscitaram e as vivas que foram arrebatadas). Ou seja, o poder do pecado ainda não terá sido derrotado. Elas ainda serão pessoas comuns pré-dispostas a pecaram, assim como acontece conosco hoje. Tanto é que, conforme você mesmo disse, haverá - hipoteticamente - uma rebelião no fim do suposto milênio com a soltura de Satanás. Para que a tal rebelião aconteça, é preciso que haja pessoas com uma natureza pecaminosa e que o pecado ainda esteja em vigor.
Todavia, isso gera outro problema. Como Satanás conseguirá reunir pessoas para a sua rebelião se, como você disse, essas mesmas pessoas estarão verdadeiramente em Cristo? Mas você poderia contra argumentar dizendo que também haverá não crentes durante esse período de mil anos. Se for isso, então isso reforça o fato de que o pecado coexistirá com o Cristo e seus santos glorificados no mesmo espaço e tempo. Agora, novamente, é difícil - pra não dizer impossível - encontrar alguma passagem bíblica que prove esse entendimento de forma tão clara como você consegue explicar.
Quero entender sua linha de raciocínio então lhe pergunto: se estamos no reinado de mil anos de Cristo, quando isso começou?
Começou na sua primeira vinda. O mesmo reinado do qual tenho falado até agora é o equivalente aos mil anos de Ap 20. São sinônimos.
Vivemos em uma era de paz como descrita em Apocalipse 20:4?
Sim. Se você atentar para o contexto, João está falando "dos santos que foram decapitados". Esses mesmos santos que foram decapitados, obviamente, foram mortos. Quem morre em Cristo passa a reinar no céu. O começo do v. 4 fala de "tronos". Esse termo sempre está relacionado com um ambiente celestial. Você simplesmente não encontrará nas Escrituras o conceito de "tronos" na terra. Logo, é um reinado de paz, onde Cristo reina e governa com os seus santos.
Já faz mais de 2 mil anos que Cristo morreu e ressuscitou, quando ele voltará?
Como assim "quando Ele voltará"? Não entendi o sentido da sua pergunta, mas aí é que o amilenismo difere dos demais sistemas, afirmando que o ensino bíblico é que Cristo voltará no final do milênio, após um período de grande tribulação, e não antes.
Se são mil anos não era para ter acabado, pois já faz mais de dois mil anos?
A questão é: será que esse número deve ser tomado literalmente?
A julgar pelo teor altamente simbólico do Apocalipse, tomar "mil anos" literalmente é inapropriado. É mais sensato entender que o termo se refere tão somente a um período completo de tempo.
continua...
...continuação.
ExcluirÉ fato que a sociedade está perceptivelmente se deteriorando a cada dia.
Mas até agora eu tenho argumentado que o reinado de Cristo se dá em um mundo que ainda não foi redimido. À exceção daqueles que já estão com Cristo - reinando - no céu, conforme demonstrei anteriormente, os santos que estão na terra, embora já justificados, tem Cristo reinando sobre si independente da natureza pecaminosa que, nós crentes, ainda temos.
Se Cristo cristo não reina agora, então qual a posição dele atualmente com relação a esse mundo?
Entenda, Cristo já despojou o inimigo e o expôs a humilhação. O fato de ainda haver atuação maligna não diminui o reinado de Cristo do céu, a destra do Pai. Um rei deixa de ser rei e de reinar por ainda haver ladrões e assassinos em sua terra? De forma alguma!
É apenas uma questão de tempo - tempo esse em que o propósito da salvação estão dia-a-dia sendo completado - até que Cristo venha pela segunda vez e exerça o Seu julgamento final sobre seus inimigos.
Quanto ao Diabo, novamente, é preciso entender a natureza do seu aprisionamento. Em Ap 20:3, Jão diz que Satanás está preso "para que não mais engane as nações". Isso quer dizer que Jesus sumprimiu o poder do inimigo, e não que ele está totalmente inutilizado.
Em paralelo a esta passagem, temos Mt 12:28,29 que diz:
28 - Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.
29 - Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?
Novamente esse texto fala do Cristo que reina - porque o reino JÁ chegou - e que Ele "amarrou" o inimigo para que este não tivesse mais poder sobre seus bens - as almas.
O interesante é que o mesmo verbo usado em Mt 29 para "manietar" (grego, deh'-o) João usa em Ap 20:2 para "amarrar".
Com isso, Jesus está dizendo nessa passagem de Mateus que não só o seu reino começa com seu ministério, como também o inimigo perde seu poder por conta da Sua obra redentiva.
Ora, ainda que Satanás atue no mundo, é fato que somente após o ministério de Cristo é que as nações ficaram livres do poder de Satanás para serem evangelizadas, e é isso que João está dizendo em Ap 20:2.
Aqui está um link com vários textos sobre significado da prisão de Satanás, caso ainda tenha dúvidas.
http://www.amilenismo.com/search/label/prisao%20de%20Satanas
Evandro,
ExcluirUm último ponto para que não haja confusão. Há uma diferença muito grande entre Cristo reinar - no milênio - em um mundo não redimido após a Sua segunda vinda (sua posição) e reinar em um mundo não redimido antes da Sua segunda vinda (minha posição).
Mac.
Mac,entre os as linhas escatológicas ,me indentifico como a-milenista ,mas esse trecho
ResponderExcluir"Esta limitação, entretanto, terá fim. De certo modo ele será solto (ou, quem sabe já esteja?)" ,se ela ja está solta então não estamos no milenio?
Felipe,
ExcluirA idéia do amilenismo é justamente esta, a de que o milênio se dá entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.
Abraço.
Mac.
mas,então o texto fala que após o milenio ele será solto,e não no final ele começar a se soltar,isso que eu acho complicado
ExcluirFelipe,
ExcluirQuem detem Satanás (o aprisiona para não enganar as nações) é o próprio Deus. O momento em que ele já foi - se fosse o caso - ou quando será solto será humanamente imperceptível.
As Escrituras não explicam detalhadamente como será esse processo.
Mac.
acho que finalmente entendi,estamos vivendo o tempo entre o fim do milenio , e libertação de Satanás ,que será derrotado em breve por Jesus Cristo .Mudando de assunto sobre o Anticristo ,alguns dizem que será uma pessoa ,ou uma ideologia, podemos pensar que é uma ideologia,mas como todo movimento tem um representante ,é claro que o versiculo que diz "e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo." ,pode mostra que o anticristo é um espirito que sempre está presente desde aquela época e contra Cristo, ou que o espirito(as "qualidades") do ser que vai dominar o mundo ,ja estava mmanisfestada desde aquela época.
Excluirpara encerrar na escola dominical ,a sala geral (a qual eu não pertenço),estavam debatendo ,"se no arrebatamnto o Deus ,ia deixar os carros de quem "deixados para frente" ,baterem" ,obs:Igreja AD ,UM DESAFIO PARA UM AMILENISTA
Felipe,
ResponderExcluirNão tem como saber se já estamos no fim do milênio, mas o caminho é esse.
Quando ao Anticristo, sim, de fato João fala de um espírito anticristão que é inerente a todo aquele que não confessa a Jesus. Todavia, a Bíblia também sugere que haverá alguém, um anticristo específico, que estará encabeçando um ataque contra a igreja do Senhor no tempo de Sua segunda vinda.
Quanto a questão do arrebatamento, se eu entendi bem, esse parece um conceito pré-tribulacionista, do qual eu discordo. A Bíblia não dá suporte para um arrebatamento secreto, a saber, que a igreja subirá para com Cristo e ficarão na terra todos aqueles que não são convertidos. O pós-tribulacionismo é o que está mais próximo da verdade bíblica, de que a igreja não será tirada da terra na grande tribulação. Sendo assim, não haverá problema com carros desgovernados.
Mac.
Mac,
ResponderExcluirParabéns pelo blog,sou um leitor assíduo,este trabalho que voçê realiza através deste blog é muito importante e de auto nível,percebo que voçê estudou à fundo este assunto(escatologia).
Eu também já fui dispensacionalista,e hoje sou amilenista.
Gostaria de sugerir um livro para quem é interessado neste assunto,
o livro é: O MAIOR DE TODOS OS ACONTECIMENTOS de W.J.Grier da editora Luz Para o Caminho.LPC>Este livro trata da questão do Milênio e da segunda vinda de Cristo.
Um abraço.
Olá Adeilton,
ExcluirFico feliz por esse blog lhe proporcionar algum conhecimento.
Senha sempre bem vindo.
Eu possuo o livro do W. J. Grier mencionado por você. Realmente é uma excelente obra.
Abraço.
Mac.
Um dos grandes problemas que encontramos dentro do círculo pentecostal se refere ao conteúdo colocado como posição única(no caso o pré-milenismo)sem que seja pelo menos ventilado outras vertentes como forma de interpretação do milênio(no caso o amilenismo).
ResponderExcluirPois é Vitorino,
ExcluirIsso sem falar na famosa leitura linear/cronológica do Apocalipse, que não faz justiça ao livro.
Aliás, você tem o mesmo nome de um dos pais da igreja, Vitorino de Pettau (270-303 d.C.), em quem encontramos um dos primeiros comentários sobre o livro do Apocalipse levando em conta uma leitura paralelista/progressiva.
Abraço,
Mac.
Parabéns irmao pelo blog Deus o mantenha. Milenarisamo é erva daninha. Parabéns irmão!
ResponderExcluirObrigado Anamim.
ExcluirAbraço,
Mac.
Boa!
ResponderExcluirSrs,
ResponderExcluirHá sim nas Escrituras uma pista que possivelmente nos indica o momento em que Satanás será solto, está em 2 Tessalonicenses 2:
"6.E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.
7.Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;
8.E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda"
De sorte que quando o Senhor Deus retirar o seu Espírito, O qual rege todas as coisas e reina no coração dos justos (porque todo o poder foi dado ao Filho de Deus, O qual reina em ESPÍRITO), então será revelado o iníquo, marcando o início da soltura de Satanás.
A aliança final do MAL em torno de uma figura central (o falso cristo judaico) será o sinal para isso (ou não?).
Outro ponto importante a se considerar é o fato de Cristo ser o centro de todas as coisas, seja no Velho Testamento, seja no Novo, pois tudo foi feito Nele, por Ele, para Ele, e não o povo judeu, como muitos pensam.
Assim sendo, os judeus no VT são apenas figura para as coisas futuras, ou seja, para o estabelecimento da IGREJA, a amada e esposa do Crodeiro, uma vez que as Escrituras asseguram que "nem todos por serem judeus são filhos de Abraão", mas sim os que haveriam de crer em Cristo.
Da mesma forma, para os tempos do fim, Israel terrena (comparado a Agar, as escrava) será apenas um sinal para a volta do Filho de Deus, pois participará de uma "santa" aliança em torno da figura diabólica do anticristo (o falso cristo), lembrando que na volta de Cristo possivelmente não haverá, segundo as Escrituras, tempo para arrependimento, pois aqueles que aceitarem a tal aliança do mal permitirão que lhes seja posto um marca na mão direta e na testa e os que isso fizerem, mesmo que se arrependam disso não terão mais chance alguma de salvação.
Deus abençoe a todos.
Srs,
ResponderExcluirPossivelmente a incapacidade de enxergar que Cristo já reina ao lado do Pai, ou seja, já tenha se assentado em um trono de glória (conforme O viu João), também inviabilize o entendimento de que Mateus 19:28 já esteja se cumprindo, pois os justos já participam dia-a-dia do julgamento do mundo através do testemunho que dão e das palavras que falam (já se assentaram em lugares celestiais em Cristo Jesus).
Isso se comprovará quando, no juízo final, após a volta de Cristo, Ele proferir as sentenças: "vinde benditos de meu pai...tive fome deste-me de comer...quando fizestes a um dos meus pequeninhos a mim me fizestes", e vice-versa para com os maus.
A regeneração do homem ocorre, salvo erro, quando ele se converte a Cristo, passa pelo bastimo e passa a ser uma nova criatura, constituindo-se REI e SACERDOTE.
Deus abençoe a todos.