sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pré-milenismo em julgamento.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. Hernandes Dias Lopes, conferencista, escritor e pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória - IPB.

A interpretação de um milênio literal encontra várias dificuldades: 

Primeiro, não encontramos essa idéia de um milênio terrenal após a segunda vinda de Cristo nos evangelhos e nas epístolas paulinas e gerais. 
Segundo, o Novo Testamento ensina uma única volta de Crito, e não duas. 
Terceiro, uma interpretação literal desse número, em um livro de simbolismos, especialmente neste capítulo saturado de símbolos, é um obstáculo considerável. 
Quarto, o milênio fala de Cristo reinando fisicamente aqui neste mundo, enquanto o Seu ensino mostra que o Seu reino é espiritual. 
Quinto, a idéia de um milênio na terra e a posição de preeminência dos judeus, reintroduz aquela distinção entre judeus e gentios já abolida (Cl 3:11; Ef 2:14,19). Só existe uma igreja e uma noiva, formada de judeus e gentios. 
Sexto, a idéia do milênio terrenal ensina que haverá pelo menos duas ressurreições, uma de crentes antes do milênio e outra de ímpios depois do milênio e isto está em oposição ao que o restante da Bíblia ensina (Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; 11:24). 
Sétimo, a idéia do milênio cria a grande dificuldade da convivência do Cristo glorificado com os santos glorificados vivendo com homens ainda na carne (Fp 3:21). 
Oitavo, como conceber a idéia de que as nações estarão sob o reinado de Cristo mil anos e depois elas se rebelam totalmente contra Ele (20:7-9)? 
Nono, a cena descrita por João em Apocalipse 20 de forma alguma ocorre na terra; é uma cena celestial. 
Décimo, todo o ensino do Novo Testamento é que o juízo é universal e segue imediatamente à segunda vinda, mas a crença no milênio terrenal, o juízo acontece mil anos depois da segunda vinda e só para os incrédulos. 

Arthur Lewis diz que constitui-se um obstáculo intransponível a idéia pré-milenista que ensina a permanência de pecadores convivendo com os santos glorificados durante o reino milenar de Cristo na terra. [01] Nesta mesma linha W. J. Grier fala dos paradoxos de um reinado de mil anos: 1) Os santos glorificados estarão em uma terra ainda não “glorificada” ou renovada, isto é, ainda não puriticada pelo fogo; 2) Santos, com corpos glorificados, se misturarão com santos e com pecadores que não terão corpos glorificados; 3) Satanás será acorrentado para que não mais engane as nações; apesar disso, elas continuarão, realmente, inimigas de Cristo, prontas para obedecer a Satanás e a guerrear contra os santos, tão logo termine o milênio. Os rebeldes parecem até mais numerosos que os justos, ao se findar esse período, pois são “como a areia do mar”, enquanto que os santos se reúnem em um “arraial” e em uma “cidade” e só fogo vindo do céu salva o frágil agrupamento. [02] O próprio Dr. Russell Shedd, um dos mais respeitados estudiosos do Novo Testamento dos nossos dias, diz:
“Nós não temos suficiente informação na Bíblia para responder a todas as perguntas levantadas. O que fica bem assegurado é a esperança que João coloca no fim de seu livro. Haverá um período (se ‘mil anos’ é literal ou não, não nos preocupa) de paz e segurança total”. [03]
O que, pois, são os mil anos? Martyn Lloyd-Jones responde:
“Sugiro-lhes que é uma figura simbólica com o intuito de indicar a perfeita extensão de tempo, conhecida de Deus, e unicamente de Deus, entre a primeira e a segunda vindas. Não são mil anos literais, mas a totalidade do período enquanto Cristo está reinando até que seus inimigos sejam feitos estrado de seus pés e Ele regresse para o juízo final”. [04]
[01] H. Barclay Swete. The Apocalipse of St John. Mcmillan. Londres. 1917: p. CXL. 
[02] Em todas a profecias do livro de Apocalipse, Cristo é apresentado como o vencedor (1:18; 2:8; 5:9-14; 6:2; 11:15; 12:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3). 
[03] Ricardo L. V. Mascareñas. Os Últimos Dias. Editora Candeia. São Paulo, SP. 2001: p. 23. 
[04] Charles R. Erdman. Apocalipse. Casa Editora Presbiteriana. São Paulo, SP. 1960: p. 8.

3 comentários:

  1. Com todo o respeito, acho que os irmãos aqui faltaram com o devido respeito aos irmãos pré-milenistas na figura postada. Devo lembrá-los que os criticados do outro lado não são criminosos!!! São preciosos irmãos em Cristo, salvos pela mesma graça, que leem e estudam a mesma Bíblia que vós. Obrigado, Claudimir Morais.

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    1. Caro, a imagem usada na ilustração, além de ser figurativa, refere-se ao sistema em questão, não aos que o defendem.

      Abraço.

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  2. Irmão! Peço que retire essa figura, ela é inadequada! Nós estamos lidando com irmãos! Esse é o pensamento, a posição de irmãos em Cristo. É preciso haver respeito à eles!!! Peço-lhe em nome de Cristo que retire essa imagem. Conheço e respeito o irmão Dias Lopes, acho a figura indigna para se referir ao pensamento de outros servos de Cristo. Você pode discordar deles, mas não pode ridicularizar assim as ideias deles. Isso é indigno do Evangelho de Cristo. Peço que reconsidere. O irmão pode ter sua convicção amilenista, mas essa posição e nem a outra são infalíveis. Em Cristo, Claudimir.

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