quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Definições.

Importante: O texto a seguir é de autoria de Anthony A. Hoekema (1913/1988), teólogo cristão que atuou como professor de Teologia Sistemática no Calvin Theological Seminary por vinte e um anos.

O termo “escatologia” origina-se de duas palavras gregas, eschatós e lógos, e significa “doutrina das últimas coisas”. Geralmente, tem sido entendido como referindo-se a eventos que ainda virão a acontecer, relacionados tanto com o indivíduo como com o mundo. Com relação ao indivíduo, é dito que a escatologia se ocupa de assuntos tais como morte física, imortalidade, e o assim chamado “estado intermediário” - o estado entre a morte e a ressurreição geral. Com relação ao mundo, a escatologia é vista como tratando da volta de Cristo, da ressurreição geral, do juízo final e do estado final das coisas. Mesmo concordando em que escatologia bíblica inclui os tópicos acima mencionados, nós temos de insistir em que a mensagem da escatologia bíblica será seriamente empobrecida se nela não incluirmos a situação presente do crente e a fase atual do reino de Deus. Em outras palavras, a escatologia bíblica completa precisa incluir tanto o que podemos chamar de escatologia “inaugurada” [1] como a escatologia “futura” [2].

[1] Esta expressão é preferível à “escatologia realizada”. Ela se refere ao gozo presente de bênçãos escatológicas que o crente desfruta.
[2] Este termo designa eventos escatológicos que ainda são futuros.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Trilha sonora para o Apocalipse.

Caros leitores.

Após um extenso período de postagens formais, deixo aqui algo para descontrair e apreciar. São algumas músicas que, em minha fértil imaginação, julguei adequadas para compor uma possível trilha sonora do maior de todos os eventos - a segunda vinda de Cristo.

Espero que gostem.

Ps: Se tiverem mais sugestões, é só postar nos comentários.


Clint Mansell - Requiem for a dream.


Apocalyptica - Ruska.


Final Fantasy VII Advent Children - Tenrai (Divinity I).


Final Fantasy VII Advent Children - Tenrai (Divinity II).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Apêndice.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

As setenta semanas de Daniel 9.


As setenta semanas de Daniel (ou os setenta "setes") constituem a base de muitos esquemas de épocas. É bom observar o fim para o qual foram decretadas as setenta semanas:
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo." (Daniel 9:24)
De acordo com Daniel, esses seis resultados têm de ser obtidos antes que terminem as setenta semanas. É, portanto, errado considerar todos, ou alguns deles, como devendo ser cumpridos em um milênio depois das setenta semanas, como geralmente se faz.
O acabar com o pecado e a expiação da iniquidade tiveram lugar através dEle, que "se manifestou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hb 9:26). Ele trouxe uma justiça que permanece para sempre (2ª Cor. 5:21). Após seu ministério e o de Seus apóstolos, nenhuma outra revelação profética seria necessária e Ele foi o Santíssimo, ungido com o Espírito (At 10:38).

Cristo é o personagem proeminente no trecho. Dele se diz, no versículo 26, que "já não estará" [1], isto é, será desprezado e rejeitado. É Ele quem "confirma" ou "faz prevalecer" a aliança (v. 27). Deve-se notar que a palavra empregada não significa "fazer aliança", e sim, "fazer prevalecer" a aliança, que é a Aliança da Graça, existente desde a antiguidade. (Ver nota abaixo).

Aquele que traz a desolação (fim do v. 27) é Tito, o comandante romano, cujas destruições horríveis são descritas por Josefo.

Não se justifica, absolutamente, o procedimento dos que tentam separar a 70ª semana da 69ª por um intervalo já muito mais longo que o total das 70 semanas. Se alguém alegar ter o próprio Daniel feito um intervalo, devemos responder que ele faz dois - 7 semanas e 62 semanas e 1 semana. Todos os intérpretes consideram as 62 semanas como vindo imediatamente depois das primeiras sete, sem qualquer interrupção. O intervalo assinala, apenas, um grande acontecimento na história de Israel: a restauração de Jerusalém sob a liderança de Esdras e Neemias. Semelhantemente, não há quebra de continuidade entre a 69ª e a 70ª semanas. Somente entre elas está o aparecimento portentoso de Cristo.

Não existe qualquer motivo para tomarmos os 70 "setes" como 490 anos. Em lugar algum do Velho Testamento se chama de "semana" ou "um sete" a um período de sete anos. É melhor interpretar esses "setes" como "uma designação propositadamente indefinida de um período de tempo medido pelo número 7, cuja duração cronológica tem de ser determinado sobre outras bases", conforme sugere Keil.


[1] Nota da tradutora: O autor segue uma versão inglesa que, conforme a tese de Edward J. Young ("The Preacher of Daniel"), representa melhor o sentido do texto hebraico. Duas frases de nossa Versão Revista e Atualizada no Brasil carecem de revisão. No v. 26 (cap. 9 de Daniel), a frase "já não estará" deve ser traduzida por "nada há para ele" ou "nada terá". No v. 27, "fará firme concerto" deve ser "fará o concerto prevalecer" (Novo Comentário da Bíblia) ou "confirmará a aliança", ou, ainda, "fará prevalecer a aliança".


Chegamos ao final da série de estudos intitulada "O Maior de Todos os Acontecimentos", pelo ponto de vista do amilenista Rev. William J. Grier.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Epílogo.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

Dionísio de Alexandria, cognominado "o Grande", nasceu aproximadamente no ano 190, da nossa era, e morreu em 265. Educado para seguir uma profissão secular, com brilhantes perspectivas de riqueza e fama, converteu-se à fé cristã e, então, pôde dizer:
"O que era ganho para mim considerei como perda, por amor de Cristo."
Eusébio, em sua "História Eclesiástica", nos fala de duas obras de Dionísio sobre "As Promessas". Foram escritas para combater o ensino de Nepos, um bispo do Egito, que afirmava deverem as promessas bíblicas ser compreendidas mais de acordo com a forma pela qual as entendiam os Judeus. Nepos "supunha que haveria um certo milênio de luxo e sensualidade aqui na terra." Para afirmar sua opinião, escreveu um tratado a respeito do Apocalipse, tratado esse fortemente combatido por Dionísio em suas duas obras relativas às Promessas. Na segunda dessas obras, ele menciona Nepos (já então falecido) e a grande ênfase de seus seguidores ao trabalho que escrevera acerca do Apocalipse, no qual ensinava a existência, no futuro, de um reino de Cristo na terra. Dionísio fala de sua sincera estima e grande consideração por Nepos, em virtude de sua fé, sua capacidade de trabalho, seu devotamento ao estudo das Escrituras e a maneira pela qual tinha deixado este mundo. Contudo, diz ele, a verdade tem de ser honrada e amada acima de tudo. Sentia-se, por isso, coagido a opor-se aos pontos de vista de Nepos. Declara que em Arsinoe, onde tal doutrina prevalecia, provocara "cisões e apostasias de igrejas inteiras."
Conta-nos Dionísio que visitou Arsinoe. E...
"... depois de haver convocado os presbíteros e mestres dos crentes nas aldeias, estando presentes os irmãos que quiseram comparecer, eu os exortei a examinar a doutrina em público. Quando apresentaram o livro de Nepos sobre o Apocalipse como uma espécie de armadura e fortaleza inexpugnável, sentei-me com eles durante três dias, da manhã à noite, procurando refutar o que nele se continha."
Dionísio presta homenagem à inteligência e ao espírito dócil daqueles irmãos e demonstra de que maneira, sensata e conciliadora, discutiu com eles, não tentando eximir-se de responder a objeções e procurando, tanto quanto possível, manter-se dentro do assunto. O objetivo supremo era que a verdade prevalecesse e todos recebessem o estabelecido nas doutrinas das Escrituras Sagradas. Afinal, o fundador e líder da doutrina, Corácio, na presença de todos os irmãos, em alto e bom som, "confessou e declarou" que não mais aceitaria aquela doutrina, pois havia ficado plenamente convencido pelos argumentos opostos - no que se regozijaram os outros irmãos presentes.
Se não conseguimos ter o mesmo tato e o mesmo espírito conciliatório de Dionísio, ao apresentar o nosso trabalho, sinceramente pedimos desculpas. Mas, em verdade, cremos que muitos dos nossos amados irmãos no Senhor, que divergem de nós nos assuntos ventilados neste livro, estudarão de novo a sua posição. Por anos a fio, durante toda a vida, talvez tenham ouvido pregadores repetir o assunto: um reino terreno de mil anos, centralizado em Jerusalém, e o que têm lido sempre seguiu a mesma linha. Agora, no entanto, se lhes apresenta um outro ponto de vista, que cremos seja o das Escrituras, dos Reformadores e dos Puritanos. Que ele conquiste a aceitação de nossos leitores!

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