quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CAPÍTULO XVI - Estará próximo o grande evento?

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

Quando Cristo esteve na terra, alguns pensavam que o reino viria imediatamente na sua glória, porém Ele corrigiu essa idéia - (Lucas 19:11-27). É verdade que o Salvador exaltado disse:
"Certamente cedo venho" (Ap 22:20).
Devemos, no entanto, nos lembrar de que, do ponto de vista divino, a vinda está sempre próxima pois, para Ele, mil anos são como um dia (2ª Pedro 3:8) e, também, de que o Novo Testamento considera toda esta dispensação como "os últimos dias" (Hebreus 1:1,2; 1ª João 2:18).
Haverá quaisquer indicações nas Escrituras para advertir que estará próximo o Seu aparecimento glorioso? Alguns fatos são citados, dos quais os seguintes são os principais:

1 - A chamada dos gentios - O ministério de pastores e professores terá de continuar até que todos os eleitos sejam reunidos e toda a Igreja, levada à estatura da perfeição em Cristo (Ef 4:11-13). Todas as nações terão de ouvir o evangelho através da instrumentalidade dos servos de Cristo e então virá o fim (Mt 28:19,20; 24:14). Isso não quer dizer que todos os indivíduos terão de ouvir e, muito menos, de ser salvos. Significa que as nações, cada uma e como um todo, terão oportunidade e que haverá indivíduos de todas as nações entre os remidos (Ap 7:9).

2 - A conversão de Israel - O Dr. Charles Hodge insiste que em Romanos 11 se ensina que haverá uma conversão nacional dos Judeus. Dr. G. Vos concorda que "no futuro se verificará uma ampla conversão de Israel." Alguns exegetas têm considerado a expressão "todo o Israel" de Rm 11:26 como dizendo respeito ao Israel espiritual, enquanto que os Professores Louis Berkhof e William Hendriksen a tomam como significando "todos os eleitos entre o povo do antigo concerto." Não nos julgamos aptos para, com firmeza, adotar uma dessas opiniões. Concordamos, todavia, com a prudente declaração do Bispo Waldegrave. Comentando o cap. 11 da carta aos Romanos, diz ele:
"É provável que haja um generalizado voltar de Israel para o Senhor antes da Sua vinda."
Isso não significa que todo israelita será salvo, porém que entre eles haverá conversões em escala jamais atingida. Quase ao fim de Seu ministério na terra, o Senhor disse que os judeus não O veriam até que O aclamassem como bendito. Em outras palavras, a atitude de um número muito grande de judeus estará mudada, quando Ele vier pela segunda vez (Mt 23:39; Lucas 13:35). Não se diga que isso coloca a vinda de Cristo num futuro demasiado longínquo. Assim como Deus deu capacidade à luz para viajar à espantosa velocidade de 300.000 Km por segundo, pode também, quando o desejar, enviar a luz do Seu evangelho e rapidamente reunir o número total dos Seus escolhidos entre gentios e judeus.
Preocupamo-nos em ressaltar (contrariando muito do ensino dispensionalista atual) que a bênção virá aos judeus apenas por uma forma: através da fé em Cristo (Rm 11:23); que só poderão ser salvos por meio do evangelho da graça soberana (Rm 11:32; At 4:12); e que não existe esperança alguma para um judeu simplesmente por ser judeu. Ele precisa, como o pecador gentio, se arrepender e ser convertido, para que seus pecados possam ser apagados (At 3:19). Não há distinção entre judeu e grego (Rm 10-12). Ambos têm de ser salvos pelo sacrifício expiatório de Cristo. Falar em esperança para o judeu só pelo fato de ser judeu, como fazem alguns dispensionalistas, é pregar um outro evangelho (Gl 1:8). Será correto saudar a volta dos Judeus não convertidos, rebeldes, para a Palestina como o cumprimento de profecia? Parece-nos que não, pois que a profecia une intimamente as idéias de conversão e "restauração" (v. Dt 30:8-10; Ez 20:38). As promessas do Antigo Testamento - de restauração à terra - tiveram cumprimento parcial na volta do cativeiro da Babilônia. São cumpridas totalmente na vinda do Israel espiritual - a descendência inumerável de Abraão - (Gl 3:29 e Rm 4:16-18) para o seu verdadeiro lar em Cristo e, afinal, à sua herança nos novos céus e nova terra (2ª Pe 3:13; Ap 21:1). A real circuncisão são os crentes judeus e gentios (Fp 3:3), cidadãos da Jerusalém celestial (Gl 4:26), os que chegam ao Monte Sião (Hb 12:22). Já demonstramos, no capítulo VI, que o Novo Testamento dá um sentido espiritual e amplo às promessas do Antigo Testamento, as quais, à primeira vista, podem parecer interessar exclusivamente aos judeus.

3 - A vinda do Anticristo - No tempo dos apóstolos, já atuava o sentimento anticristão (2ª Ts 2:7, 1ª Jo 2:18). Alcançará o máximo de sua força logo antes da segunda vinda do Senhor. Haverá uma grande apostasia e o poder anticristão será, muito provavelmente, concentrado em um indivíduo, a encarnação de toda a impiedade (2ª Ts 2). Muitas vezes, se tem perguntado:
"Tornar-se-á o mundo melhor ou pior, à aproximação da vinda do Senhor?"
Há passagens na Bíblia que parecem ensinar claramente que o mundo será muito ímpio então, como foi nos dias de Noé e nos de Ló. Por outros trechos, entende-se que se dará um desenvolvimento gradativo do reino de Cristo (ex. Mt 13:31-33). Ambos os quadros são indubitavelmente verdadeiros. Conforme diz o Prof. R.B. Kniper:
"Falando de um modo geral, as condições da terra estão se tornando melhores e piores ao mesmo tempo. Testemunha-se a cristianização de povos pagãos e o retrocesso de cristãos ao paganismo."
É provável que...
"... ao passo que o reino da verdade se for estendendo gradativamente, o poder do mal reunirá forças, à aproximação do fim." (Dr. Vos)
Embora tais acontecimentos tenham sido apresentados com clareza como antecedendo a Vinda, ninguém, senão Deus, sabe a época em que ela se dará. Tomará de surpresa a humanidade. Nenhum dos sinais dados é de tal natureza que possa determinar "o dia e a hora". Além disso, lembremo-nos de que a primeira vinda de Cristo foi prenunciada por sinais e, no entanto, surpreendeu a todos ou a quase todos. A maioria tinha prestado pouca ou nenhuma atenção aos sinais.
Disse Agostinho:
"Aquele dia está escondido para que todos os dias estejamos alerta."
Discordando do dogmatismo de alguns de seus contemporâneos, que consideravam iminente a segunda vinda, ele escreveu, com grande beleza:
"Aquele que ama a vinda do Senhor não é o que afirma estar muito distante, nem o que a declara próxima, mas é quem a aguarda com fé sincera, firme esperança e amor fervoroso, esteja próxima ou longínqua."
continua...


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CAPÍTULO XV - Satanás, um inimigo derrotado e condenado.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

No Livro do Apocalipse, do capítulo 12 em diante, são destacados três grandes inimigos de Nosso Senhor e dos Seus santos: Satanás (o grande dragão vermelho), a besta e o falso profeta (a segunda besta do capítulo 13 é, em capítulos posteriores, chamada de falso profeta). No capítulo 19, temos a vitória do Rei dos reis e Senhor dos senhores sobre Seus inimigos. Vem exterminar as nações e assegura sua completa derrota. Todos os exércitos inimigos são inteiramente destruídos e "todas as aves se fartam com a sua carne." É uma impressionante descrição de vitória total. Cristo elimina a besta, o falso profeta e todos os seus seguidores, e pisa o lagar da vinha do furor e da ira de Deus, Todo-Poderoso.
É indubitável que o capítulo 19 nos leva diretamente ao fim do mundo e, à completa vitória de Cristo. Entretanto, embora nos conduza ao fim, uma coisa esse capítulo não faz. Mostra-nos a condenação dos principais agentes de Satanás - a besta e o falso profeta e seus adeptos; todavia, não nos fala da condenação do próprio enganador. Isso é o que nos será mostrado logo a seguir. Assim, o tema principal dos primeiros dez versículos do capítulo 20 é a derrota de Satanás.
Não é de estranhar que, ao descrever essa derrota, o apóstolo João nos leve atrás, ao início da era cristã. Tal retrocesso está perfeitamente de acordo com a estrutura do Livro. Assim é que nos capítulos 10 e 11, como tivemos, já, ocasião de destacar, parece perfeitamente claro que, ao soar da última trombeta, se complete todo o plano de Deus para a história humana.
"[...] quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus [...] (10:7) [...] e o tempo dos mortos, para que sejam julgados [...] (11:18)
Contudo, apesar dessa descrição do fim, o capítulo 12 nos conduz, novamente, ao princípio da era cristã, pois aí encontramos a cena do dragão esperando para devorar a criança que vai nascer; a sua frustração e derrota. A "criança-varão" é arrebatada para Deus e Seu trono. É evidente que essa criança-varão é Cristo, pois é descrita (12:5) como destinada a "reger todas as nações com vara de ferro" (sem dúvida, do Seu trono, como Mediador e, especialmente num dia futuro, como Juiz). Além disso, quando o dragão é precipitado, uma grande voz proclama:
"Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo;" (12:10)
Assim, o assunto do capítulo 12 é o nascimento de Cristo e a Sua vitória sobre Satanás, consumada quando da Sua ascensão ao céu.

Uma volta ao começo da era cristã condiz perfeitamente com a estrutura do Livro do Apocalipse, além do que, se a vitória de Cristo sobre Satanás é o que se tem em vista apresentar, necessário se faz levar o leitor para trás, para o ministério de Cristo e a Sua cruz, pois o testemunho dos autores do Novo Testamento é unânime quanto ao fato de ter sido por meio da vitória de Cristo na cruz que Satanás foi "precipitado" na derrota.

Embora o capítulo 20 se assemelhe a outras seções do livro, conduzindo-nos do início da era cristã à grande consumação e ao Juízo final, apresenta algumas características que lhe são peculiares. Sua principal cena é a do acorrentamento de Satanás durante mil anos. Nessa vitória sobre Satanás por mil anos há um aspecto terreno e um celestial.
1 - O Aspecto Terreno (Ap 20:1-3 e 7-10). Os versículos 1 a 3 referem-se à prisão de Satanás. Trata-se de linguagem literal ou simbólica? Sem dúvida, existe simbolismo aí. Mesmo um literalista apaixonado como Walter Scott admite que a chave, a corrente e o selo mencionados são símbolos. Mas, se é assim, por que não considerar igualmente simbólicos os "mil anos" para os quais são usados?
Quando falamos do termo "mil anos" como um símbolo, não queremos dizer que não exista nele uma noção de tempo. Pode indicar um longo período, mas essa é apenas uma parte do seu significado. Outros exemplos de uso simbólico de números são encontrados em abundância no Apocalipse. Os "sete espíritos" em 1:4 são, evidentemente, o perfeito Espírito de Deus. Quem pode duvidar de que o número 666, em 13:18, tem uma linguagem própria? E no que diz respeito à cidade quadrangular, com comprimento, largura e altura de 12.000 "furlongs" (2.412 Kms,), se procurarmos considerar essas enormes dimensões unicamente no seu sentido literal, perderemos a sua profunda significação. O mesmo acontece com o número mil - é o número três, sagrado, adicionado ao sagrado número sete, para formar dez, número da perfeição, que é elevado à terceira potência (ou ao cubo). Fala da completa e perfeita vitória de Cristo sobre Satanás.

Há mais de 1.500 anos, Agostinho chamou atenção para o fato de que o acorrentamento de Satanás aqui mencionado é o mesmo citado pelo Senhor, quando falou de "manietar o valente" (Mt 12:26-29). O valente é Satanás e Cristo é mais forte que ele, pois veio para manietá-lo e despojá-lo de seus bens. Cristo está se referindo à Sua missão neste mundo. Isaías, no capítulo 53, que trata dos sofrimentos de Cristo, descreve também os resultados daqueles sofrimentos:
"[...] com os poderosos repartirá ele o despojo." (v. 12)
Através dos Seus padecimentos, Ele venceria Satanás e não deixaria de tomar os despojos da Sua conquista.

Muitos encontram grande dificuldade em admitir que Satanás possa estar preso agora, em vista de toda a escuridão, falsas religiões e terrível maldade predominantes sobre toda a terra. Devem, contudo, observar, em primeiro lugar, que linguagem igualmente forte é empregada com respeito à condição atual de Satanás, em passagens bastante claras das Escrituras. O apóstolo Paulo descreve Cristo como despojando Satanás e triunfando sobre ele e as suas hostes, pela cruz (Cl 2:15) e o autor da carta aos Hebreus fala de Cristo como "aniquilando o diabo" pela Sua morte (Hb 2:14). Pouco antes de ir para a cruz, o próprio Jesus disse que Satanás estava para ser expulso e julgado (Jo 12:31; 16:11). Em verdade, a vitória era tão segura que Ele a ela se refere como já alcançada.

O Dr. Robert Strong conta que, no princípio de 1938, o semanário decididamente pré-milenista "The Sunday School Times" publicou um desenho feito pelo Dr. E. J. Pace, que apresentava de forma mais interessante e vívida a concepção neo-testamentária de um Satanás frustrado e preso. Assim descreve ele o desenho:

"Ao fundo, vê-se a cruz do Calvário. Em primeiro plano, Satanás está agachado. Há os dizeres: 'O homem forte de Mateus 12:29.' Está acorrentado e olha, com preocupação, por sobre o seu ombro esquerdo, para 'o lugar horrível de fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.' O desenho é intitulado: 'Um inimigo derrotado e condenado.' Abaixo dessas palavras, aparecem os seguintes versículos: 'Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.' (1ª João 3:8); e 'para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo.' (parte de Hebreus 2:14)."
Dr. Strong sugere que, para se tornar esse desenho completo como uma impressionante representação do ensino do Novo Testamento sobre o "acorrentamento" de Satanás, bastaria acrescentar-lhe uma linha: "Veja-se também Apocalipse 20:2." Convém observar que as Notas da Bíblia Scofield afirmam ser permitido a Satanás "certo poder" durante esta dispensação da Graça, acrescentando tratar-se de "um poder rigidamente limitado e apenas tolerado por Deus."
Em segundo lugar, deve-se notar que essa vitória sobre Satanás se coaduna com uma contínua atividade de sua parte, que é admitida por Deus. Nos Evangelhos, lemos que, ao voltarem os discípulos de certa missão, caracterizada, entre outros sinais, pela expulsão de demônios, Jesus disse:
"Eu via Satanás, como raio, cair do céu." (Lc 10:18)
Entretanto, essa "queda" não o incapacitou. Empregou o máximo de seu poder contra Cristo não muito depois. Em 2ª Pedro 2:4, lemos:
"Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo."
O chefe dos anjos que pecaram foi Satanás e aqui está descrito como "lançado no inferno" e "preso em cadeias". Não obstante, o próprio Pedro, em sua primeira carta, 5:8, diz:
"[...] o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar."
Está, assim, perfeitamente claro, pelo estudo dessas passagens, que a "queda" de Satanás e as suas "cadeias" não o privam de atividades constantes entre os homens. Da mesma forma, o "acorrentamento" de Satanás, no capítulo 20 do Apocalipse, não significa a cessação total de suas maléficas influências. Seu caso pode ser comparado, sob certos aspectos, ao de Al Capone, o gangster de quem foi dito (com exagero, sem dúvida) que governava Chicago da cadeia de Chicago. Satanás está, de fato, acorrentado, mas dispõe de uma corrente bem comprida!

Em terceiro lugar, chamamos atenção para o fato de que esta passagem (Ap 20) fala de uma restrição especial imposta a Satanás. Repetidamente é ele mencionado nas Escrituras como sob limitação. Nos dois primeiros capítulos de Jó, aparece muito ativo, embora coibido. É-lhe permitido destruir os bens de Jó, mas não lhe pode tocar o corpo. Quando essa restrição é levantada, ainda assim ele é limitado, sendo-lhe proibido tirar a vida de Jó; quanto a esse ponto ele está acorrentado. O Apocalipse, como um todo, apresenta Satanás ativo, embora sob um freio. No capítulo 9, quando as forças do mal são liberadas, a chave do poço do abismo tem de ser usada para essa liberação. Quem a usa é "uma estrela caída do céu", i.e., Satanás. Note-se, porém, que ele não tem direito à chave. Ela lhe é dada. Além disso, no capítulo 12 ele combate a mulher e a sua semente, mas não obtém sucesso algum. Poder-se-ia julgar que, então, teria condições para vencer todos à sua frente. Há, todavia, a mão divina frustrando seus esforços. Em outras palavras, ele está sob controle.

No capítulo 20, se declara que Satanás está acorrentado "para que não mais engane as nações, até que os mil anos terminem" (v. 3). O objetivo especial da prisão, aqui enfatizado, é este: "para que não engane as nações". Não se diz que as nações serão salvas e, se elas não o forem, num sentido muito real estarão ainda sob "o engano". Parece, assim, que a sentença "não mais engane as nações" se refere a determinado tipo de engano que não mais poderá ser exercido por Satanás. Dr. William Hendriksen se refere aos tempos do Antigo Testamento, quando Deus permitiu que as nações andassem pelos seus próprios caminhos (Atos 14:16), e estabelece contraste entre isso e o conhecimento de Cristo largamente generalizado hoje. Deduz que:
"O acorrentamento de Satanás e o fato de ser atirado ao abismo para ali permanecer durante mil anos indicam que, através da atual dispensação da Graça, iniciada com a primeira vinda de Cristo, e que se estenderá até a Sua segunda vinda, a influência do diabo na terra é diminuída. Por conseguinte, é ele impotente para evitar a expansão da igreja entre as nações por meio de um trabalho missionário ativo."
Embora possa ser verdadeira tal sugestão, o contexto indica outra explicação do "engano" que Satanás está privado de exercer. O versículo 3 diz que ele não mais enganará as nações até que terminem os mil anos. O versículo 7 repete esse pensamento e no versículo 8 se acrescenta que - uma vez terminados os mil anos - ele surgirá para enganar as nações e reuni-las para "a guerra". Em outras palavras, o "engano" que não lhe é permitido agora e que, no fim, poderá exercer está claramente declarado: não se lhe admite "reunir as nações para a guerra" (no grego, "polemos"). Satanás tem um grande raio de ação, porém essa restrição lhe é imposta. O que é essa "guerra" se revela nos capítulos 16:14-16 e 19:19, onde se descreve a mesma, culminante, batalha. É a batalha, ou a guerra do grande dia do Deus Todo Poderoso. Afinal, terá chegado a hora e se permite a Satanás exercer esse tipo de "engano", o que fará em grande escala, provocando o último conflito mundial. Inspirará um ataque em massa contra a igreja de Cristo. As nações que reunirá são citadas como "Gog e Magog", termos tirados da descrição dos inimigos do povo de Deus, feita por Ezequiel. Os três capítulos 16, 19 e 20 falam desse "congregar de nações" e dessa "guerra", João está descrevendo a opressão final que se fará à igreja de Cristo, em todo o mundo, precedendo a Sua segunda vinda. A Igreja é simbolizada na figura de um arraial e uma cidade. Chega ao ponto de parecer que vai ser destruída, mas, rápido como um relâmpago, Cristo intervirá e inflingirá derrota total a todos os Seus inimigos que são, também, os da Igreja. Seguir-se-ão a ressurreição e o julgamento final de todos, desde o mais alto governante até o mais humilde escravo (Ap 20:11-15).

2 - O Aspecto Celestial (Ap 20:4-6). Estes versículos apresentam o aspecto celestial dos "mil anos". O versículo 3 fala de Satanás sendo acorrentado por mil anos, e acrescenta:
"E depois importa que seja solto por um pouco de tempo."
O 7º e 8º versículo repete o mesmo pensamento:
"E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,
E sairá a enganar as nações [...]"
É evidente que os versículos 7 a 10 são uma continuação direta dos de 1 a 3, de sorte que os de 4 a 6 constituem como que um parênteses. Esse parênteses trata do reinado dos santos por mil anos. Dr. Hendriksen formula as seguintes perguntas com respeito ao assunto:


a) Onde será esse reino? - Observe-se não haver menção de Palestina ou Jerusalém nesses versículos. Os santos são descritos como assentados sobre tronos (v. 4). Conforme dissemos no capítulo anterior, sempre que se faz referência a tronos, no Apocalipse, quer se trate do de Cristo, quer dos de Seu povo, são localizados no Céu. A probabilidade, então, é que seja esse o caso também aqui. Em verdade, não pode deixar de ser assim, em vista da expressão "Eu vi as almas daqueles que foram decapitados" (v. 4). "Almas" estão aqui quase que em contraste com "corpos", pois é indubitável dar o capítulo ênfase à ressurreição dos corpos. O que temos nesta cena é, portanto, uma visão de espíritos desencarnados. As lutas dos santos na terra, tão evidentes no Apocalipse, constituem apenas uma parte da sua história, no grande dia final, vistas do lado de cá. A Igreja se congregando no lar do céu é a outra parte, gloriosa.


b) Qual a sua natureza? - Os que dele participam são descritos como ressurretos, pois terão passado pela "primeira ressurreição." Os que pertencem a Cristo são mencionados no Novo Testamento como "ressuscitados com Cristo" (Cl 3:1, Ef 2:6, Rm 6:5-8). Suas lutas neste mundo são repetidamente apresentadas no Apocalipse, muitas vezes sob símbolos; e a bênção do estado eterno após a ressurreição final consta dos capítulos 21 e 22, em grande parte sob símbolos também. Não deveríamos esperar alguma referência à felicidade de que já gozam, antes da ressurreição final, aqueles que morrem em Cristo Jesus? E será de surpreender que tal felicidade seja descrita em linguagem simbólica?

Os santos da "primeira ressurreição" são apresentados em contraste com "os outros mortos" que não viverão até o fim do período dos mil anos. Os que tiverem ido para o céu estão mortos no que diz respeito aos seus corpos, porém vivem e reinam com Cristo em glória. Os "outros" estão mortos em ambos os sentidos, físico e espiritual, e ressuscitarão (no corpo) apenas para sofrer a terrível segunda morte. Essa é a única ressurreição para eles. Poder-se-á objetar que isso envolve o tomar em dois sentidos a palavra "viver", nesses versículos, ou seja, no quarto, como uma ressurreição espiritual e, no quinto, como ressurreição do corpo. Mas em outra passagem João se refere a essas mesmas duas diferentes espécies de "vida" em poucos versículos (Jo 5:25, 28 e 29). E neste mesmo trecho (Ap 20), emprega a palavra "morte" em dois sentidos: morte do corpo e morte espiritual (v. 5 e 6). Assim, não é apenas possível atribuir aqui dois significados à palavra "vida"; há quase que uma exigência de que o façamos.
"[...] e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." (Ap 20:4)
Se alguém argumenta, dizendo que "viveram" está no tempo aoristo (grego "ezêsan") e, portanto, indica um acontecimento e não um estado, respondemos que "reinaram" é, igualmente, um tempo aoristo e indica, reconhecidamente, um estado. (Mesmo em Ap 2:8, onde "ezêsan" é usada referindo-se à ressurreição de Cristo, se a colocarmos, como convém, junto a Ap 1:18, verificaremos que diz respeito a um estado e significa: "Ele estava em um estado de morte e tornou-se vivo para sempre.").

O que se descreve neste "reino" dos santos é a felicidade dos mortos em Cristo. Suas almas são aperfeiçoadas em santidade e recebidas nos mais altos céus, onde contemplam a face de Deus, em luz e glória. "Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor."


c) Quem dele participa? -
"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." (Ap 20:4)
Além dos termos indefinidos - "eles" e "lhes", existem aí duas expressões para descrever aqueles que vivem e reinam com Cristo. São: a) os mártires e b) os que recusaram a marca do mundanismo. Alguns encontram dois ou três grupos nessa descrição. É melhor considerá-la como de um grupo, isto é, simplesmente cristãos fiéis nas lutas através dos séculos. São Suas testemunhas leais, que não amaram suas vidas a ponto de temerem a morte. Esses cristãos conhecem, por experiência, a realidade das palavras "Não há coroa sem cruz." Essa visão os apresenta como gozando da sua recompensa no céu. Cristo foi exaltado, depois de Sua morte, para reinar, como Rei Messiânico, à mão direita de Deus. Aqui, os Seus santos fiéis são também descritos como entronizados. Á eles concede que se sentem com Ele no Seu trono, assim como Ele também venceu e se sentou com o Pai, no Seu trono (Ap 3:21).


O reino de mil anos é, portanto, o longo período entre a primeira e a segunda vindas do Senhor. O número 1.000 não somente traz a idéia de um longo período, mas também, e mais particularmente, simboliza a perfeição, segurança e bem-aventurança celestiais. Quando João se utiliza do número 1.000 para descrevê-lo, diz "tudo o que poderia ser dito para trazer às nossas mentes a idéia da perfeição absoluta." (B. B. Warfield).

Quão pouco se encontra, realmente, no capítulo 20 do Apocalipse susceptível de sugerir a idéia comum acerca de um milênio! Muitos responderão que ela já surge no Velho Testamento, cujas profecias falam de uma "idade de ouro" na terra. Parece-nos, todavia, muito mais lógico considerar tais profecias como relativas ao novo universo, depois de transformado. Afinal, as profecias do Velho Testamento não alcançam apenas um reino transitório, mas atingem a eternidade.

A interpretação que acabamos de apresentar do capítulo 20 de Apocalipse está em perfeita harmonia com o resto do Novo Testamento, o qual não deixa lugar para um reino intermediário entre o atual reino de Cristo e o eterno, de glória. Condiz, igualmente, com a característica de grande parte do livro: cenas e símbolos, não fugindo ao sentido da própria passagem.

Chegamos ao fim de nossos estudos das Escrituras a respeito da segunda vinda. Podemos concluir, utilizando-nos do sumário do Dr. Robert Strong, com ligeiras modificações:


1 - A dispensação da graça irá até a segunda vinda, com a Igreja de Cristo prosseguindo na obra de reunir um povo para o Senhor.

2 - Ao se aproximar o fim dessa dispensação, surgirá uma grande apostasia, fortemente promovida pelo "homem do pecado", o anticristo pessoal, que comandará a grande rebelião final contra Deus e o Seu Cristo. Esse será um tempo de grande sofrimento para os fiéis.

3 - O Senhor Jesus virá, visível e gloriosamente. Ressuscitará os santos mortos, transformará os que estiverem vivos e reunirá todos os remidos, levando-os para estar com Ele. Destruirá o anticristo e julgará o mundo. Refará a terra e os céus, para que se tornem a habitação de eterna justiça.


Esses acontecimentos serão praticamente simultâneos, de sorte que haverá um grande e apoteótico evento no fim do mundo. Ele virá com os Seus santos - os mortos benditos - para levá-los à felicidade final de novos céus e nova terra. Virá para os Seus santos, os que estiverem vivos, então. TODOS OS REMIDOS, EM SEUS CORPOS GLORIFICADOS, SERÃO REUNIDOS EM UMA GRANDE MULTIDÃO PARA ESTAR "PARA SEMPRE COM O SENHOR."


continua...


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CAPÍTULO XIV - A interpretação dada pelos pré-milenistas ao capítulo 20 do Apocalipse.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

Podemos considerar a "Exposição do Apocalipse" escrita por Walter Scott como revelando o ponto de vista generalizado entre os pré-milenistas. Assim esboça ele o capítulo 20:
"Há quatro grandes ações: primeiro, a prisão de Satanás no abismo, durante mil anos (vs. 1-3); em segundo lugar, o reinado, com Cristo, de todos os santos do céu, durante mil anos (vs. 4-6); a seguir, vem a última e desesperada tentativa de Satanás para obter, novamente, o domínio do mundo, sua completa derrota e condenação final (vs. 7-10); por fim, o julgamento dos ímpios mortos (vs. 11-15)."
Os pré-milenistas em geral acham que os mil anos citados no capítulo 20 constituem o período do reino de Cristo em pessoa, aqui na terra, sobre o povo de Israel restaurado e as nações gentias vencidas. Durante esse tempo, Satanás estará acorrentado e o mal, reprimido, enquanto com Cristo reinarão os Seus salvos, ressuscitados e trasladados. Nesse milênio, serão cumpridas as profecias do Velho Testamento com respeito à domesticação de animais selvagens e à restauração do templo, do culto e do ritual judaicos. Ao findar-se o milênio, Satanás será solto por um tempo limitado e insuflará as nações a se rebelarem contra o governo de Cristo e Seus santos, no que será bem sucedido, e comandará um número incontável de rebeldes, mas será vencido e então encontrará sua perdição final, no lago de fogo. Seguir-se-á o julgamento dos ímpios.
Vamos, agora, examinar essa interpretação. Walter Scott dá ênfase ao "caráter simbólico da cena" no tocante ao acorrentamento de Satanás. Diz ele:
"O anjo tem a chave do abismo e uma grande corrente na mão. Não é preciso insistir no simbolismo da cena, pois se evidencia à primeira vista."
Scott pondera que os símbolos de chave, corrente e selo querem significar que "por intervenção angélica" a "liberdade de Satanás é restringida e sua esfera de operações, diminuída." Depois de admitir o emprego de símbolos no versículo primeiro, nega ele o simbolismo nos versículos 2 e 4 - a chave e a corrente são símbolos, mas os mil anos não. Os mil anos, diz Scott...
"... em nosso modo de ver, devem ser considerados não com qualquer sentido simbólico, porém, significando exata e literalmente aquele período de tempo. A expressão "O MILÊNIO" - designando um período em que o Senhor reinará com Seus santos aqui na terra, em pessoa e publicamente reconhecido - se origina desse capítulo."
Ainda bem que Scott admite que, sendo Satanás um ser espiritual, a chave e a corrente devem ter significado espiritual e não ser consideradas como objetos materiais. Formulamos, no entanto, enérgico protesto contra a forma, sem qualquer justificativa, pela qual esse autor mistura o simbólico e o literal, a seu bel-prazer. Uma palavra é simbólica, porque ele assim o deseja, ao passo que outra, no versículo seguinte e até no mesmo, deve, no seu entender, ser tomada em um sentido absolutamente literal. Essa é a característica do comentário de Scott ao Apocalipse em outros trechos, e determina toda a interpretação pré-milenista.
Os que consideram o número "mil" como literal não atentam para o emprego dos números no Apocalipse. Eles têm uma linguagem especial. Mesmo Walter Scott não toma o número "sete" no seu sentido estritamente literal; aceita que as sete Igrejas "representam a Igreja Universal." Mas por que seria um número simbólico e outro não? O Bispo Wordsworth chama atenção para o fato de que o número "mil" é usado mais de vinte vezes no Apocalipse, e acrescenta:
"Nem uma vez sequer, creio, é empregado com significação literal mas, sempre, como um número perfeito."
O Professor William Milligan comenta:
"Se interpretarmos literalmente os mil anos, será esse o único caso em que um número, no Apocalipse, é assim tomado e esse fato deve ser suficiente para destruir tal interpretação."
Como é que os pré-milenistas encontram um reino na terra nos versículos 4-6? Lá não existe tal indicação. Em verdade, João teve o cuidado de dizer que viu "as almas dos que tinham sido decapitados." Isso esclarece que a visão não é de santos glorificados, que tiveram os corpos já transformados, mas dos que foram despojados dos seus corpos e se encontram no Paraíso de Deus.
Diz o versículo 4:
"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos."
Não há qualquer razão para que se coloquem os tronos na terra. Os pré-milenistas, tão severos em se agarrar à letra da passagem, considerando o termo "mil anos" no seu sentido literal, deveriam ater-se ao que realmente ali se diz. Em outro lugar, no mesmo livro, tais tronos são localizados no céu (Ap 4:4), em cujo caso os próprios pré-milenistas acham que se senta nos tronos o grupo dos redimidos e glorificados no céu.
Outra grande dificuldade para o pré-milenista, com a sua insistência no literalismo, é a identificação dos que estão sentados nos tronos. Apenas dois grupos são definidamente citados: os que foram decapitados por testemunharem de Jesus e os que se recusaram a se submeter à besta. Mas os pré-milenistas se esforçam arduamente por colocar aqui a ressurreição de todos os justos. Walter Scott percebe a dificuldade e procura introduzir todos os justos nas palavras "eles" (assentaram-se) e "lhes" (foi-lhes dado todo o poder), constantes da primeira parte do versículo 4 (cap. 20). Afirma Scott:
"A palavra 'eles' (em português, o sujeito oculto de 'assentaram-se') refere-se, evidentemente, a uma classe bem conhecida... São todos os crentes do Velho e do Novo Testamento, ressuscitados ou transformados à vinda do Senhor nos ares. Esse é um grupo muito maior de santos do que o constituído pelos mártires; por isso, não há outro lugar para o colocar no reino a não ser aí, sob os dois pronomes 'eles' e 'lhes'."
Acontece, todavia, que não existe menção de todos os justos, no versículo 4, interpretado literalmente.
Walter Scott acha que os "decapitados" e aqueles "que não adoraram a besta" são os que serão martirizados durante o período da tribulação após o "arrebatametno" dos santos. Afirma que eles ressuscitarão às vésperas do milênio na terra, i.e., ao fim do período da tribulação e anos depois da ressurreição dos outros santos. Isso ele depreende das palavras:
"As almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus [...], e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. [...] Esta é a primeira ressurreição."
Na realidade, de acordo com a própria interpretação de Scott, não seria a primeira, uma vez que a primeira ressurreição teria tido lugar anos antes, por ocasião do arrebatamento!
O Cónego A. R. Fausset, culto pré-milenista, também admite a dificuldade de colocar todos os justos no versículo 4, com base em sua interpretação literal. Ele afirma:
"Acerca do alcance da primeira ressurreição nada se diz aqui."
E nos aconselha a estudar 1ª Coríntios 15 e 1ª Tessalonicenses 4. Os pré-milenistas desejam, às vezes, que aceitemos todo o seu esquema de um milênio como perfeitamente claro, e até óbvio no capítulo 20 do Apocalipse. Evidentemente, não é assim.
A idéia de um reinado terreno de mil anos envolve os seguintes paradoxos:

1) Os santos glorificados estarão em uma terra ainda não "glorificada" ou renovada, i.e., ainda não purificada pelo fogo;
2) Santos, com corpos glorificados, se misturarão com santos e com pecadores que não terão corpos glorificados. Seria um "mixtum gatherum";
3) Satanás será acorrentado para que não mais engane as nações; apesar disso, elas continuarão, realmente, inimigas de Cristo, prontas para obedecer a Satanás e a guerrear contra os santos, tão logo termine o milênio. Os rebeldes parecem até mais numerosos que os justos, ao se findar esse período, pois são "como a areia do mar", enquanto que os santos se reúnem em um "arraial" e em uma "cidade" e só fogo vindo do céu salva o frágil agrupamento.

Aprofundando-se alguém no estudo da interpretação literal dada pelos pré-milenistas, encontra terríveis dificuldades, oriundas da própria passagem. Existe, ainda, o problema de conciliar a sua teoria com o que vimos ser o testemunho unânime do restante do Novo Testamento, onde há esclarecimentos e instruções a respeito da segunda vinda. (v. nota abaixo).
No capítulo seguinte será apresentada uma interpretação muito mais satisfatória do capítulo 20 do Apocalipse.

Nota: Muitas passagens das Escrituras apontadas como dando base à idéia de um reino de Cristo na terra durante mil anos se referem, em verdade, ao que se deve entender como "reino eterno." Ex.: 2ª Samuel 7:16, Isaías 9:7, Daniel 2:44; 7:14 e Lucas 1:33.

continua...


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...