sábado, 23 de outubro de 2010

CAPÍTULO XIII - O testemunho do Apocalipse.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

No exame desse livro, algumas de suas características devem ser particularmente observadas:

1 - O emprego de símbolos - É essencialmente simbólico. Há, nele, o que se pode chamar de linguagem didática. Por exemplo, apresenta informações claras acerca da segunda vinda de Cristo. Mas as tentativas de uma interpretação literal esmorece no rochedo do caráter patentemente simbólico de muito do seu conteúdo. Está escrito, na sua maior parte, em linguagem de sinais. João o recebeu em visões. Estava (literalmente, "foi arrebatado") no Espírito, no dia do Senhor. O mundo invisível lhe foi desvendado e, como num grande drama, sucessivas visões passaram à sua vista.
Pensemos na visão de Pedro, mencionada no capítulo 10 de Atos. Em estado de transe, viu um grande lençol, atado pelas quatro pontas, que desceu do céu, trazendo toda sorte de quadrúpedes, répteis e aves. Embora com certa dificuldade a princípio, Pedro acabou por perceber o sentido profundo daquela visão. Ela o preparava para reconhecer que Deus não fazia acepção de pessoas e receberia, sem qualquer reserva, gentios que cressem, assim como judeus. O mesmo acontece com as visões de João. Se as tomarmos literalmente, correremos o grave risco de obter apenas a casca, perdendo o grão - o verdadeiro sentido.
Tem havido alguns exegetas, como o Dr. Seiss, que insistem em uma interpretação totalmente literal. O próprio livro nos alerta contra isso. Fala, por exemplo, de uma mulher assentada "sobre sete montanhas", porém nenhuma mulher o poderia fazer. Refere-se, também, a um assombro no céu: uma mulher, sofrendo para dar à luz, "vestida com o sol e a lua sob os seus pés, tendo sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas", e continua a descrever a mesma mulher como tendo "as duas asas de uma grande águia." Não é exato que os próprios termos de tais descrições nos advertem contra a sua interpretação literal?
No capítulo 14:4, lemos:
"Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens [...] Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro."
Será bem difícil aos nossos amigos literalistas averiguar um trecho como esse!
Lemos:
"E o parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens.
E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões.
E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate." (9:7-9)
Descreve, ainda, "uma grande saraiva caída dos céus, pedras do peso de um talento (mais de 45 quilos) (16:21) e, também, uma carnificina tão grande, que provocou um mar de sangue "pelo espaço de mais de 200 milhas, chegando até aos freios dos cavalos (14:20). Aceitar essas figuras literalmente é estragar o que foi escrito. Os detalhes são traçados exclusivamente para demonstrar o horror das coisas focalizadas.
Não faltam indicações de que João não está fazendo uma descrição literal, mas apresentando alegorias. No capítulo 19:11-21, temos a vinda do Salvador, Rei dos reis e Senhor dos senhores, em um cavalo branco, com uma espada, e as aves do céu são chamadas para comer a carne de Seus inimigos, que Ele vencerá. Eis aí um quadro altamente expressivo de vitória total e todas as figuras de uma guerra são empregadas para torná-lo vívido. Mas a passagem contém uma advertência, repetida, de que não se trata de uma guerra literal. Duas vezes o escritor nos diz ser o instrumento da vitória uma espada que "saía da boca" do Conquistador. Não poderíamos pensar no Senhor da Glória empenhado em luta corpo-a-corpo com Seus inimigos. É bastante que Ele fale, como fez no Getsêmane (Jo 18:6) e Seus inimigos caem por terra.
O grande dragão vermelho do capítulo 12, diz-nos João claramente, é Satanás. As bestas do capítulo 13, um tanto semelhantes às citadas em Daniel, nos apresentam forças anti-cristãs, políticas e religiosas. Em um folheto intitulado "Comunismo e Cristianismo", David Bentley Taylor escreve:
"É profundamente lamentável que o livro do Apocalipse seja tão pouco explicado aos Cristãos... Em nenhuma outra parte das Escrituras está tão vívida e minuciosamente descrita a situação do povo de Deus na China, como nesse livro. Se você quer perceber o que há, sentir o ambiente ali, leia o 13º capítulo do Apocalipse e lá coloque os cristãos chineses e os missionários naquele país. Os primeiros dez versículos indicam a força que têm de enfrentar; os oito últimos dão uma idéia da propaganda e eficiência que são associadas a essa força."
Em outras palavras, esse é um caso da besta que sai do mar e da que sai da terra, ante os nossos olhos.

2 - Desenvolvimento em direção ao clímax - Há um progresso, no livro, em direção ao grande clímax. As sete cartas (cap. 2 e 3) formam uma seção. O resto do livro se divide em seis partes. Em cada uma delas, João nos leva ao fim e depois começa de novo, de um ponto anterior. Há considerável paralelismo entre as várias seções (ou partes) e, se examinarmos com cuidado o fim de cada uma, descobriremos que a narração se movimenta num constante crescendo até atingir o clímax.
O capítulo 6 leva até a proximidade do fim, com os homens gritando às montanhas e rochas:
"Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;"
O capítulo 11 também introduz o fim, com a última trombeta proclamando o acabar do Tempo.
No capítulo 14 o fim é descrito sob a figura de uma dupla colheita: a do trigo e a das uvas.
O capítulo 16 conduz à voz que vem do trono dizendo "Está feito" e à entrega da taça do vinho da indignação de Deus.
Leva-nos o capítulo 19 à vinda do Conquistador, no cavalo branco, Rei dos reis e Senhor dos senhores, vitorioso sobre todos os Seus inimigos.

O capítulo 20 nos conduz ao grande trono branco e todos os mortos, pequenos e grandes, na presença de Deus, cena que é seguida pelo quadro glorioso dos novos céus e nova terra - a consumação absoluta.
Há, sem dúvida, um desenvolvimento de ação até chegar ao clímax.

3 - Harmonia com o restante das Escrituras - Em nosso exame do ensino do Novo Testamento com respeito à segunda vinda de Cristo, deixamos o Apocalipse até agora não apenas por ser o último livro da Bíblia, porém por ser um princípio seguro guiar-se o pesquisador pelo que está claro e bem definido, nas Escrituras, para a compreensão do que é figurado e de difícil interpretação.
"Dentro dos devidos limites", diz o Dr. B.B. Warfield, "a ordem de investigação deve ser do que é mais claro para o mais obscuro."
Já verificamos não existir qualquer alusão, nos demais livros do Novo Testamento, a um reinado de mil anos de Cristo na terra. Não só a palavra "milênio" não aparece nem uma vez, mas a própria concepção é desconhecida fora do capítulo 20 do Apocalipse. Mesmo quando Paulo está tratando com os Judeus expressamente do seu futuro, como no capítulo 11 da carta aos Romanos, nada diz acerca da restauração nacional e da preeminência da nação Judaica sob o cetro do Messias, durante o milênio, o que seria de esperar que fizesse, se tais coisas tivessem de acontecer. Tem-se geralmente extraído dessa passagm (cap. 20 do Apocalipse), mal interpretada, a idéia de um milênio e procurado impo-la à força ao resto das Escrituras. Entretanto, essa concepção inexiste. Nos demais livros acresce ter sido, conforme vimos, definitivamente excluída, pelo ensino de muitas passagens.
O testemunho unânime dos Evangelhos, do Livro de Atos e das Espístolas é que a segunda vinda trará, como acompanhamento, a ressurreição geral e o juízo final de toda a humanidade. Encontramos esse ensinamento também no Apocalipse? Certamente, sim.
No versículo 7 do 10º capítulo, lemos:
"Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos."
O capítulo seguinte nos diz que "o sétimo anjo tocou a sua trombeta" e os vinte e quatro anciãos dizem:
"[...] e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra." (11:18)
Aqui está o fim. Os mortos são julgados, os santos de Deus recompensados e os ímpios destruídos. O Apocalipse fala de um julgamento geral, como o fazem os demais livros das Escrituras.
Vale a pena observar igualmente o cap. 16:14-16. Os três espíritos imundos...
"vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom."
A escola pré-milenista comum (por ex., o Dr. Charles Feinberg) acha que a "vinda de Cristo como um ladrão" será para o "arrebatamento secreto". Neste trecho, todavia, ela está colocada na época que esses intérpretes consideram como o término do período da grande tribulação, depois do arrebatamento!
No capítulo 20, vs. 12-15, lemos a respeito do grande trono branco e dos mortos, grandes e pequenos, em pé, perante Deus.
"[...] e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo."
Dr. Warfield comenta:
"É o julgamento geral, parece óbvio. Os por ele atingidos são descritos como 'os mortos tanto pequenos como grandes', parecendo tratar-se de uma designação geral. Que a convocação para o julgamento não é apenas dos ímpios parece claro, pois não apenas foi aberto o 'livro das ações' porém, também o 'livro da vida' (mencionado duas vezes) e somente são lançados no lago de fogo aqueles cujos nomes não foram achados escritos no 'livro da vida.' Daí concluir-se haver alguns presentes cujos nomes estão escritos no 'livro da vida.' A destruição da morte e do inferno não significa ser o julgamento só dos inimigos de Deus. Quer dizer, simplesmente, que daí por diante, conforme Paulo também afirma em 1ª Coríntios 15, não haverá mais morte. Existe, sem dúvida, a 'segunda morte', mas essa é o lago de fogo, isto é, o castigo eterno. Trata-se, assim, do grande julgamento final, que é apresentado à nossa contemplação, incluindo a ressurreição geral e preparando a entrada para o destino eterno."
Assim, o Apocalipse se une ao testemunho unânime dos demais livros da Bíblia: uma ressurreição geral e um julgamento universal.
Resta examinar uma passagem bem conhecida - a que deu origem à teoria de um milênio terreno e é considerada seu sustentáculo: o capítulo 20 do Apocalipse. A Bíblia Scofield admite haver tal doutrina procedido desse trecho.

continua...


sábado, 9 de outubro de 2010

CAPÍTULO XII - Três interpretações do Apocalipse.

...continuação.

Importante
: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).


Os intérpretes do Apocalipse podem ser agrupados em três escolas principais, conforme a resposta que dão à pergunta:

"A que período de tempo se referem as visões e acontecimentos do Livro?"
Se respondem:
"ao passado", são preteristas (do Latim - praeter, passado).
Se respondem:
"ao futuro", são futuristas.
Se a resposta é que entendem o Livro como abrangendo, em sua extensão, toda a história do reino de Cristo, eles são o que o Dr. N.B. Stonehouse qualificou de "compreensivistas", isto é, adotam uma interpretação que compreende passado, presente e futuro dentro do escopo do Livro.

1 - O Preterista - sustenta que o livro tem em vista, pelo menos como objetivo principal, acontecimentos contemporâneos do apóstolo João, ou que estavam muito próximos, quando ele o escreveu. Suas profecias foram cumpridas até o tempo de Constantino, i.e., até o começo do quarto século depois de Cristo. Um jesuíta, Alcasar (1614 d.C.) foi o criador dessa escola.

O Apocalipse, a nosso ver, indica com a maior clareza que não se limita aos dias dos Césares. Conforme escreve o Dr. William Milligan:

"Trata de muita cousa que deverá acontecer até o fim dos tempos, até a total realização da luta da Igreja, até a sua completa vitória e a consecução do seu descanso. . . Há um desenvolvimento gradativo no livro, que só termina com o final advento do Juiz de toda a terra."
A interpretação preterista resumiria o Apocalipse a um manual de história da Igreja sob os Césares. É patente, contudo, que a obra tem um alcance muito mais vasto e muito maior utilidade.

2 - O futurista - assegura ser o objetivo do livro - o primordial, pelo menos, descrever os eventos que se centralizam na volta de Cristo. Essa interpretação transfere a verdadeira importância da maior parte do Livro para um período curto, no fim dos tempos (pelo menos na sua interpretação mais estrita). O jesuíta Ribera (1603 d.C.) fundou esta escola. John N. Darby, entre outros, adotou essa interpretação, que está, hoje, muito difundida. Em sua grande maioria, os pré-milenistas são futuristas. Walter Scott, em seu Comentário do Apocalipse, dá a interpretação futurista comum.

"Os capítulos 2 e 3 descrevem a história moral da Igreja em sucessivos períodos, a partir do fim do primeiro século do Cristianismo... Nos capítulos 4 e 5 a cena se passa no céu, e não na terra, tendo os santos sido removidos para o seu lar celestial... Colocamos o arrebatamento dos santos depois da ruína da Igreja, demonstrada no capítulo 3, e antes da glória descrita no capítulo 4."
E continua Scott, dizendo que:
"Os eventos relativos aos selos, às trombetas e às taças da ira se dão após o arrebatamento e antes do aparecimento em glória."
E acrescenta:
"Seria impossível compreender o Apocalipse, se isso não se percebesse claramente."
Como se pode perceber isso claramente, se não existe o menor indício de um "arrebatamento" entre os capítulos 3 e 4 e nenhuma sugestão, em ponto algum, de que as cartas às sete igrejas, que ocupam os capítulos 2 e 3 indicam sete "períodos sucessivos" na história da Igreja?
O Dr. D.G. Barnhouse diz, ao expor o Apocalipse:

"A base para o estudo (ou o seu ponto de partida) é que a maior parte deste livro está inteiramente fora da época da Igreja e que o reajuntamento de Israel é o centro da cena, sendo que a Igreja nem aparece."
Assim, essa surpreendente teoria futurista pede que creiamos não ter o livro do Apocalipse - em sua quase totalidade - coisa alguma a ver com a Igreja, suas lutas, tribulações e triunfos. Philip Mauro, que tinha sido futurista, teve razão ao afirmar que essa teoria...
"... tende a anular o interesse por esse livro maravilhoso, empurrando as suas profecias para muito longe de nós, fazendo que as suas revelações, transcendentemente importantes, pareçam destinar-se a uma outra dispensação que não a nossa, a dispensação chamada 'dos santos em tribulação', desligando-o, assim, do restante da Bíblia."
Mauro acrescenta:
"Há alguns anos, quando levantei essa questão em conversa com um futurista, ele sugeriu que não nos incomodássemos com os 'santos em tribulação' mencionados em um, apenas, dos 66 livros da Bíblia. Mas eu me incomodo, e muito, especialmente por estar firmemente persuadido de que os 'santos em tribulação' da escola futurista são de todo imaginários. Os verdadeiros 'santos em tribulação' somos nós, o povo de Deus desta dispensação (Jo 16:33, At 14:22)."
Seria de muito pequeno conforto, por certo, para os santos do tempo de João, muitos dos quais, como ele próprio, sofrendo sob o imperador Domiciano, receber um livro que tratasse quase que exclusivamente de homens que viriam a existir milênios mais tarde.

3 - O "Compreensivista" - O que adota este ponto de vista afirma que o Livro não trata de um período limitado do reino de Cristo no seu início (conforme diz o preterista) ou no fim (como o futurista), mas abrange toda a história desse reino, desde o primeiro advento até a consumação.

Esse grupo engloba:


a) Escola Histórica da Igreja;

b) Continuidade Histórica;

c) Histórico do Reino.


O primeiro desses grupos considera o livro como apresentando as fases principais da história da Igreja. Esse ponto de vista surgiu nos primeiros séculos da era cristã. Os primeiros escritores a tratar do assunto eram futuristas apenas num ponto: achavam que as visões do Apocalipse estavam começando a se cumprir no tempo deles. Criam que as cousas previstas estavam sendo preparadas nos seus dias e não diziam respeito apenas ao fim. Lutero e os reformadores em geral pertenciam a essa escola e autores posteriores, como o Bispo Wordsworth (1807-1885), seguiram suas pisadas.

O segundo grupo difere do primeiro principalmente por interpretar o livro como História ininterrupta. Não existe, no seu entender, sobreposição de visões: os selos seguem um a outro em sequência cronológica. O sétimo selo abrange as sete trombetas; as trombetas seguem-se uma a outra no tempo e a sétima trombeta abrange as sete taças da ira. Assim, do primeiro selo à sétima taça a História decorre sem interrupção, do princípio ao fim da era cristã. Muitos dos que assim pensam acham que estamos nos dias da sétima taça e, portanto, perto da consumação.

O terceiro grupo é algumas vezes chamado de "simbólico" ou "espiritual" ou, ainda, de "Filosofia Histórica". Parece-nos preferível classificá-lo como a Escola do "Histórico do Reino", que não considera o Apocalipse como um relato contínuo, ininterrupto, da História da Igreja, nem mesmo, num sentido mais estrito, como um sumário dessa História. Toma, porém, o Livro como...

"... tratando do reino de Deus, em toda a sua extensão, do começo ao fim, com o seu desenvolvimento até o grande clímax: a segunda vinda de Cristo." (Dr. Stonehouse).
Esses três pontos de vista, dentro do "Compreensivismo" têm em comum o fato de considerar o Livro como abrangendo toda a história do reino de Cristo. Em seu favor, deve-se dizer que estão de acordo com o restante do Novo Testamento. O Novo Testamento tem uma perspectiva escatológica: traz-nos sempre à mente a vinda do Senhor como a gloriosa esperança. Mas coloca, igualmente, tremenda ênfase no fato estupendo da encarnação do Senhor e na profunda significação de Sua morte, ressurreição e ascensão. Esses eventos foram tão importantes, tão decisivos, que deram início aos "últimos tempos" (Hb 1:1; 9:26, 1ª João 2:18, 1ª Co 10:11) e através deles o povo de Cristo já está de posse da vida eterna e, mesmo agora, já assentado nos lugares celestiais (Ef 2:6).
Em Mt 28:18-20 temos um testemunho claro do valor decisivo da morte e da ressurreição do Senhor. Aí Ele afirmou ter sido investido de autoridade universal, entregou aos discípulos o grande encargo de levar a Sua mensagem a todo o mundo, e prometeu-lhes Sua contínua companhia até a consumação dos séculos. Em 1ª Coríntios 15, também, somos levados à contemplação do reino de Deus consumado (por ex., nos versículos 50-55), porém aí se dá forte ênfase aos fatos de Cristo já estar reinando e abolindo todo império, e potestade, e força, e deve reinar até serem vencidos todos os Seus inimigos, o último dos quais é a morte, que há de ser "tragada na vitória", por ocasião da ressurreição dos santos (vs. 24-26, 54).

É natural encontrar-se no Apocalipse essa mesma ênfase dos outros livros do Novo Testamento - ênfase não apenas no grande acontecimento final, mas também no estabelecimento e na preservação da Igreja antes de tal evento, e na contínua presença de Cristo com ela. É exatamente isso o que se dá.

A visão de Cristo exaltado, no primeiro capítulo, dá a tónica ou, pelo menos, a perspectiva de todo o livro. O Senhor está no meio dos castiçais e declara possuir as chaves da morte e do Inferno. Essa visão se relaciona intimamente às sete cartas dos capítulos 2 e 3 e simultaneamente constitui a introdução do livro todo. Isso se evidencia pelo fato dos principais elementos usados na descrição do Senhor, feita no capítulo 1, serem repetidos não apenas nos capítulos 2 e 3, mas igualmente no 19 (vs. 12, 15 e 21). O Senhor está, portanto, permeando toda a Sua Igreja e governa todas as coisas, tendo as chaves de todos os reinos.

No capítulo 1, vemos o reino de Cristo já presente nos tempos de João, pois o Seu povo pode dizer:

"E nos fez reis e sacerdotes." (v. 6)
João e seus companheiros crentes faziam parte desse reino (v. 9), cujo destino, sem dúvida, muito os preocupava. Sob um imperador que o perseguia, a própria existência desse reino estava ameaçada. A imensa extensão de sua história, cheia de grandes acontecimentos, é então exposta por João, visando a confortar. Recebe ele ordem para escrever sobre "coisas que estão acontecendo e as que depois destas hão de acontecer" (1:19), o que parece indicar que o livro abrange a história completa do reino de Cristo, até a consumação. Apresenta ele persistentemente a gloriosa esperança e o apoteótico fim, mas também é rico em ensinamentos relativos à atual luta do cristão. Incita-o a batalhar corajosamente e o conforta com o pensamento de uma redenção já obtida e do Cordeiro vitorioso já no meio do trono. Em outras palavras, o Apocalipse insiste na imensa importância do que Cristo vai fazer, mas anuncia também as transformações que ocorrerão, no que Ele já fez e continua fazendo.
Se o Livro trata de toda a história do reino de Cristo, não haverá qualquer interrupção nessa história? Parece particularmente claro que sim, no fim do capítulo 11. Nos capítulos 10 e 11, ao som da última das sete trombetas é proclamado que não haverá mais tempo - tudo está consumado e o segredo de Deus terminou, tendo sido recompensados os Seus servos e punidos os ímpios. Em seguida, o capítulo 12 nos leva de volta ao primeiro advento - o nascimento de Cristo e Sua ascensão aos céus. O Prof. Kromminga, um dos mais recentes advogados do ponto de vista da continuidade histórica, reconhece haver nessa passagem uma volta ao início da era cristã. Na realidade, há tantos casos de volta, de recapitulação, bem como de antecipação, e tantos episódios isolados, que consideramos incorreta a interpretação desse segundo grupo (História ininterrupta). É, de fato, impossível colocar os detalhes do Livro no panorama dos acontecimentos da História. A própria diversidade de interpretações entre os adeptos dessa escola testemunha isso. Seria até injusto para com os pobres e incultos que procuram estudar o Apocalipse que fosse correta tal forma de o interpretar. Poucos de nós conhecem bem a história desses dezenove séculos. Não cremos que haja Deus deixado a interpretação do Apocalipse depender do conhecimento da história da Igreja.
O que o Apocalipse apresenta é o grande drama do conflito entre Cristo e o Seu povo de um lado, e Satanás e seus seguidores do outro. Compreende o desenrolar de toda a história do reino de Cristo do princípio da era cristã ao grandioso clímax da segunda vinda.

continua...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CAPÍTULO XI - Novos céus e uma nova terra.

...continuação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).

A Carta aos Romanos.


Nos versículos 3 a 16 do segundo capítulo da epístola aos Romanos, lemos:
E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?
Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;
Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;
Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
Trata-se aqui, indiscutivelmente, do julgamento final. Mesmo a ressurreição dos justos está implícita, quando o apóstolo se refere aos que procuraram a imortalidade como a recebendo em "vida eterna". Nesta passagem, Paulo ensina que o julgamento dos justos e dos maus será simultâneo. "No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens por meio de Jesus Cristo" duas coisas acontecerão: os que houverem procurado glória, honra e incorruptibilidade receberão vida eterna e aos que tiverem sido desobedientes sobrevirão indignação e angústia. Dr. David Brown diz:
"Essa passagem é singularmente decisiva. Observe-se a alternação dos justos para os ímpios e dos ímpios para os justos, na descrição de um mesmo dia de julgamento."
Diz o Bispo Waldegrave:
"Ela nos instrui, declarando clara e reiteradamente que, assim como haverá uma convocação simultânea de justos e injustos, haverá igualmente simultâneo julgamento, sem exceção de um só indivíduo, no Tribunal de Juízo para a eternidade."
Não fica bem aos pré-milenistas tomar "o dia" aqui mencionado como um período de mais de mil anos, com um julgamento no seu início e outro no fim, citando, como apoio, o texto "um dia é para o Senhor como mil anos". Conforme sugere o Bispo Waldegrave:
"Poderíamos, com igual propriedade, sustentar que o resto do texto 'e mil anos como um dia' dá a interpretação correta do 'milênio' de Apocalipse 20. Paulo, em Romanos 2, e o seu Mestre, em Mateus 25, declaram, coincidentemente, o julgamento simultâneo de toda a humanidade. O apóstolo descreve um só evento, perfeitamente unificado, no qual são decididos os destinos de todos - para sempre."
A 1ª Epístola de Pedro.

No primeiro capítulo desta carta, lemos que o povo escolhido de Deus tem uma "viva esperança" de "uma herança incorruptível, incontaminável e que não pode murchar, guardada nos céus" para ele (1ª Pedro 1:3,4). A herança milenária, a cujo respeito muitos são tão entusiastas, não deixa de ser mesclada com o mal - uma parcela bem considerável de mal, que se manifesta, ao fim do período, em uma multidão de rebeldes cheios de perversidade infernal. Essa herança do milênio é terrena e de duração limitada. Mas a herança para a qual Pedro chama a atenção do crente não apresenta qualquer defeito; coisa alguma a macula. Sua felicidade é eterna e "no céu". Não é de admirar que Pedro exorte os crentes a colocar sua esperança, inteiramente, na graça que lhes estava sendo trazida "na revelação de Jesus Cristo" (1ª Pedro 1:13), pois que, quando Cristo aparecer, toda a Igreja resgatada será levada para estar para sempre com o Senhor, nas mansões celestiais, às quais não terão acesso o mundo, a carne, ou satanás.

A 2ª Epístola de Pedro
.

No capítulo 3 desta epístola, o apóstolo se dispõe a fazer lembrar a seus leitores verdades já bem conhecidas. Isso faz porque surgiriam escarnecedores, que zombariam da doutrina da volta de Cristo, dizendo: "Onde está a promessa de sua vinda?" Esses escarnecedores imaginariam que o mundo continuaria sempre como foi no passado. Mas Pedro assegura o contrário.
"Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.
Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.
Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade,
Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz." (2ª Pedro 3:7-14).
Destaquemos alguns pontos nesta passagem:

1) Pedro não está ensinando coisa nova, pois expressamente diz estar repetindo verdades bem conhecidas, ensinadas por profetas e apóstolos. Usa a mesma figura empregada pelo Senhor Jesus e por Paulo, quando compara a vinda do Senhor à de um "ladrão" (ver 2ª Pedro 3:10, Mateus 24:42-44 e 1ª Ts 5:2).

2) O "dia do Senhor" e a vinda do Senhor são uma e a mesma cousa. Observemos a conexão. Escarnecedores dirão:
"Onde está a promessa da Sua vinda?"
A isso Pedro responde:
"O Senhor não retarda a sua promessa... O dia do Senhor virá."
E acrescenta:
"nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra."
Os escarnecedores podem zombar da "promessa de sua vinda", mas Pedro nos assevera, por duas vezes, que aquela promessa há de ser cumprida, com absoluta certeza, na vinda do dia do Senhor, que trará novos céus e uma nova terra. Notemos ainda: o Senhor referiu-se a Sua vinda comparando-a com à de um ladrão. Pedro fala do "dia do Senhor" comparando-o à vinda de um ladrão. Essa é uma nova indicação de que "a vinda" e "o dia do Senhor" são um mesmo acontecimento.

3) Por ocasião da "vinda" ou "dia do Senhor" haverá uma grande conflagração. Uma palavra grega muito forte é empregada com referência ao desaparecer dos céus e da terra - uma palavra que indica um incêndio total. Haverá grandes transformações cataclísmicas, quando o Senhor vier. Surgirão um novo céu e uma nova terra, sendo que o primeiro céu e a primeira terra terão desaparecido. Aquele que está assentado no trono dirá:
"Vede, faço novas todas as coisas."
Isso não se coaduna com a doutrina pré-milenista de que Jesus virá para reinar em Jerusalém sobre um mundo muito parecido com o atual. Pelo que se lê em 2ª Pedro, não haverá "velho mundo" após a Sua vinda. E certamente o coração cristão se delicia em pensar que não é sobre o mesmo mundo pecador que O rejeitou que Ele virá reinar, porém sobre um mundo novo.

4) Essa destruição do céu e da terra será inesperada - "O dia do Senhor virá como um ladrão à noite, quando os céus desaparecerão e a terra será queimada." O falecido Rev. James Hunter, M.A., citando esse texto, deu uma forte resposta aos pré-milenistas que "dizem ser a Bíblia para eles infalivelmente verdadeira e, apesar disso, afirmam, com os cientistas ateus, que a terra durará ainda centenas de anos - mais de mil anos." Se tivessem razão, a dissolução da terra estaria ainda muito longe e não poderia sobrevir inesperadamente.

5) A vinda de Cristo surgirão um novo céu e uma nova terra em que haverá perfeição absoluta (2ª Pedro 3:13). O Rev. James Hunter, certa vez, disse:
"Tem-se a impressão de que o diabo deve ter rasgado o terceiro capítulo da segunda carta de Pedro da Bíblia de alguns cristãos atuais."
Ele estava pensando nas idéias estranhas a respeito de um reino terreno, após a vinda de Cristo, um reino formado, em grande parte, por homens e mulheres não regenerados, deixados para esse fim; um povo que um comentador pré-milenista (Walter Scott) admite estar "em condições - para dizer o mínimo - imperfeitas." Hunter continuou, afirmando que Cristo, quando vier, não terá de se preocupar com o suprir de pessoas o novo mundo. Estarão à mão: os seus próprios redimidos.
"Impiedade", disse Hunter, "não existirá naquele mundo... tendo sido removidos a maldição e o pecado que a ocasionou, nada haverá a ferir ou destruir na santa montanha de Deus."
No novo céu e na nova terra, diz Pedro, "habita a justiça." Em Romanos 8:21, somos informados de que a "criatura mesma (a própria criação) será redimida da servidão da corrupção para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus." Paulo prossegue, dizendo que não apenas a criação, mas "nós mesmos gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção de nossos corpos." Toda a natureza, agora gemendo sob a maldição pronunciada quando se deu a queda, aguarda uma libertação e renovação correspondentes à libertação dos redimidos. Essa libertação não pode ser o milênio, uma vez que o pecado permanecerá durante ele, embora contido pelo governo de Cristo. É à "gloriosa liberdade (literalmente, à liberdade da glória) dos filhos de Deus" que a criação deseja ardentemente ser admitida. Essa liberdade gloriosa, experimentada quando da redenção ou ressurreição do corpo, é um estado de perfeição absoluta. Podemos ver que Paulo (Rm 8:21,23) e Pedro (em sua segunda carta) se referem à mesma grande transformação ou ao "fogo" de que emergirão novos céus e uma nova terra, apropriados para serem a morada dos santos glorificados.

6) Pedro concita os crentes - em vista da inevitável dissolução do céu e da terra, quando Cristo vier - a que aguardem e apressem "a vinda do dia de Deus, quando os céus em fogo se desfarão e os elementos, ardendo, se fundirão." O dia do Senhor e o dia de Deus são manifestamente o mesmo, pois o que deverá acontecer em um é citado como acontecendo também no outro (2ª Pedro 3:10 e 12). Para o grande evento de que Pedro fala, os cristãos devem estar em constante preparo, santificando-se enquanto o aguardam. Será um grande dia para eles.

7) Evidentemente, será um dia temível, de juízo e perdição para os ímpios (v. 7). Vindo com o imprevisto de um ladrão, os alcançará desapercebidos. Ressalta dos versículos 7, 10-12 que o dia da "destruição" dos céus e da terra pelo fogo é o mesmo "dia de julgamento e perdição dos ímpios" e o dia feliz que os cristãos devem esperar com alegria. Essa passagem (2ª Pedro 3) não deixa lugar para um milênio em que, após a segunda vinda, pessoas não salvas passarão a viver, participando de algo da sua bem-aventurança. Não existirá qualquer mal, ainda que um mal controlado, em todo o vasto domínio dos santos de Deus, ressurretos e glorificados. Eles herdarão, afirma Pedro, um novo céu e uma nova terra onde só habita a justiça. Vamos passar, agora, ao livro do Apocalipse. Recordemos, no entanto, o ensino dos Evangelhos, do Livro de Atos e das Epístolas. Verificamos que nenhum deles, em passagem alguma, ensina que a segunda vinda dará lugar a um reino provisório onde as glórias dos santos ressurretos, com seus corpos glorificados, serão partilhadas com pecadores. O testemunho unânime do Senhor Jesus e Seus apóstolos é que a segunda vinda trará perdição total aos ímpios e felicidade eterna aos crentes e desse estado eterno de bem-aventurança o pecado estará completamente e para sempre excluído. Dr. Robert Strong, de cujos artigos no "The Presbyterian Guardian" recebemos muitas sugestões sobre o assunto, resume o ensino do Novo Testamento no tocante à segunda vinda da seguinte forma:
"O Senhor volta a um mundo que ainda é hostil ao seu Evangelho e ao Seu domínio. Ressuscita os corpos dos santos mortos e os traslada, bem como os Seus santos que ainda vivem, para permanecerem com Ele. Destrói o Anticristo e seus seguidores rebeldes em uma catástrofe de fogo que consome também o mundo. Estabelece o trono do Seu julgamento e convoca perante ele homens e anjos. Então, os que tiverem sido justificados serão absolvidos publicamente e aclamados como Seu povo e os homens ímpios e anjos rebeldes serão com justiça destinados à perdição eterna. Cria novos céus e uma nova terra a fim de serem a habitação da justiça para sempre. Considerando que nós, os que cremos, aguardamos tais acontecimentos, devemos nos esforçar diligentemente para sermos encontrados em paz, sem mácula e inculpáveis à Sua vista. Que outros sejam despertados para buscar o Senhor enquanto se pode achar!"
continua...

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