quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CAPÍTULO X - A vitória sobre a morte.

...continuação.

Importante
: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).


Em 1ª Coríntios 15:22-27, lemos:
"Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda.
Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força.
Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.
Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas."
É a seguinte a interpretação pré-milenista desse trecho: Os versículos 23 e 24 apresentam três fases de ressurreição: a) de Cristo; b) de Seus santos, quando Ele vier e c) "o fim" da ressurreição, a saber, a ressurreição dos ímpios. Entre "b" e "c" coloca o pré-milenista o milênio e mais alguns anos. O reino que Cristo entregará ao Pai, no fim, é o do milênio. Durante esse reinado, Ele destruirá toda a lei que Lhe for contrária e subjugará todos os inimigos sob os Seus pés, sendo que o último a ser vencido será a morte.
É uma interpretação plausível. Examinemo-la, contudo.
Em primeiro lugar, observemos que as Escrituras não falam em "fim da ressurreição", porém, simplesmente em "o fim". Sempre que essa expressão aparece, significa o fim de todas as cousas, ou o fim do mundo. É, por certo, forçar o seu sentido querer transformá-la, aqui, em "o fim da ressurreição."
A palavra "depois", na sentença "depois virá o fim" não importa, necessariamente, num intervalo entre a ressurreição dos santos e o "fim". É comumente usada indicando sequência imediata. Muitos pré-milenistas admitem isso. Notemos, também, que a palavra "virá" (ou "vem", conforme alguns tradutores) não tem equivalente no grego, de forma que, no original, a frase é apenas "então" ou "depois", o fim.
Ao pré-milenista que descobre nessa passagem uma ressurreição dos ímpios mais de mil anos após a vinda de Cristo, respondemos que a introdução dos ímpios aí é inteiramente desprovida de importância. Todo o esforço de Paulo, neste capítulo, é para informar que aqueles que estão em Cristo ressuscitarão dos mortos, quando Ele vier ou, se ainda estiverem vivos, compartilharão da gloriosa transformação que naquele momento se processará. Ele está focalizando tão somente os que estão em Cristo, como em 1ª Ts 4. E as palavras "depois" ou "então virá o fim" do versículo 24 significam apenas que a ressurreição dos justos e o "grand finale", o fim de tudo, ocorrem na mesma ocasião. Isso se corrobora, fortemente, pela expressão "a última trombeta" no versículo 52. Essa trombeta soará quando ressurgirem os santos, excluindo-se qualquer outra perspectiva. A última trombeta será, realmente, "a última".
Vejamos outra vez a ordem dos acontecimentos de conformidade com o esquema pré-milenista, em sua interpretação de 1ª Co 15:

a) Ressurreição de Cristo.
b) Os crentes são ressuscitados ao terminar a dispensação da graça.
c) (Após um curto período de tribulação, segundo a maioria dos pré-milenistas) o Milênio, i.e., o reinado de Cristo aqui na terra, durante o qual Ele vence todas as forças hostis e coloca todas as coisas sob os Seus pés, a última das quais será a morte.

O milênio todo será gasto nesse trabalho de conquista.
As notas Scofield declaram a respeito de 1ª Co 15:
"O reino dos céus assim estabelecido (no milênio) sob o divino Filho de Davi tem por objetivo a restauração da autoridade divina na terra, que poderá ser considerada como uma província revoltada... Uma vez feito isso, o Filho entregará o reino (do céu) a Deus, a saber, ao Pai, para que Deus (o trino Deus) seja tudo em todas as coisas."
d) Ao findar o milênio, haverá um curto período durante o qual Satanás será solto e comandará uma multidão dos quatro cantos da terra, numerosa como as areias do mar. Então virá "o fim", que o pré-milenista interpreta como querendo dizer o fim da ressurreição, a sua última fase, i.e., a ressurreição dos ímpios.

Ocorre, imediatamente, perguntar: Se o glorioso Salvador reinou durante mil anos e colocou todas as coisas, até o último inimigo sob Seus pés, de onde virão as hostes malignas ("dos quatro cantos da terra") ao fim desses mil anos? Para essa pergunta não tem o pré-milenista resposta satisfatória.
Mas o que desejamos estudar especialmente, agora, é o reino mencionado nos vs. 24 e 25, quando Cristo abolirá todo principado, toda potestade e poder. Qual será o seu início e quando o seu fim? Vimos que o pré-milenista o faz principiar após a segunda vinda de Cristo para os Seus e durar mil anos. Será assim? De nossa parte, parece fácil fixar a terminação desse reino que Cristo entregará ao Pai. Tendo fixado a terminação, ser-nos-á, então, possível - assim o cremos - determinar o seu início. Concordamos com as "notas Scofield" quanto a parecer claro que as conquistas citadas nos vs. 24 e 25 levarão algum tempo. Observem-se as expressões "Convém que Ele reine até que..." e "o último inimigo." Finalmente, entretanto, o último inimigo, a morte, será abolido e, então, todas as coisas estando sujeitas a Cristo, Ele entregará o reino a Deus, o Pai (vs. 26 e 28). Assim, está claro que a morte é o último inimigo e, quando ela for derrotada, terminará esse reino. Mas o versículo 54 nos diz quando será abolida a morte: quando os mortos ressurgirem, incorruptíveis, e os vivos forem transformados. E os mortos ressurgirão e os vivos serão transformados quando Cristo vier (v. 52). Então, será a morte tragada pela vitória (v. 54).
"O espetáculo de multidões, não tocadas pela morte, recebendo seus corpos perfeitos e imortais será o grande aparato cênico da conquista da morte."
Que reino é esse, que assim termina à vinda de Cristo para ressuscitar os Seus santos? As Escrituras ensinam, conforme destaca o Dr. Charles Hodge, três aspectos do reino de Cristo:

1) Aquele que Lhe pertence intrinsecamente, como um ser divino, reino esse que se estende sobre todas as criaturas e do qual Ele jamais se poderá despojar.
2) O que Lhe pertence como o Filho de Deus encarnado, e que abrange todo o Seu povo. Esse também é eterno. Cristo será eternamente o cabeça e o soberano dos remidos.
3) O domínio ao qual Ele foi exaltado, após Sua ressurreição, quando Lhe foi entregue todo o poder no céu e na terra. Esse reino, que governa como homem-Deus e que se estende por sobre todos os principados e potestades, Ele vai entregar, quando estiver terminada a obra de redenção. Foi investido dessa autoridade no Seu caráter de mediador, a fim de executar o Seu trabalho até a consumação. Feito isso, a saber, quando houver subjugado todos os Seus inimigos, então não mais reinará sobre o universo como mediador, mas apenas como Deus. E chefiará perpetuamente o Seu próprio povo.

Já vimos que o reino de Cristo como mediador deverá findar quando Ele voltar e derrotar Seu último inimigo - a morte. Quando começará?
Escrevendo aos Colossenses, no capítulo 2:15 Paulo diz que Cristo triunfou, pela cruz, sobre os principados e potestades (as mesmas palavras gregas usadas em 1ª Co 15:24). Assim, a vitória foi, em princípio, alcançada no Calvário e naquela primeira manhã da ressurreição. E Cristo deve reinar, nas alturas, até que essa vitória seja perfeitamente completada (v. 25 de 1ª Co 15). Podemos, agora, fixar o início desse reino na ressurreição de Cristo. Comparemos Mateus 16:28, Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O Salvador ressurreto foi feito Senhor e Cristo (Atos 2:36). Ele é que foi elevado a Príncipe (Atos 5:31) e pôde asseverar:
"É-me dado todo o poder no céu e na terra." (Mt 28:18)
O reino de Cristo como mediador já existe, portanto. Quando Ele vier de novo, o último inimigo (a morte) será destruído e Ele entregará esse reino ao Pai. Então, terá início o reino de Deus, na plenitude de sua glória (v. 50 de 1ª Co 15). Nesse reino perfeito, carne e sangue não podem penetrar no seu atual estado. Apenas os santos glorificados, com seus corpos transformados, o poderão herdar (vs. 50 a 54). Mas os pré-milenistas fazem distinção entre o reino de Cristo, que dizem ser o milênio, e o reino de Deus, que qualificam de "estado eterno". De conformidade com o seu modo de entender, os santos glorificados, após a vinda do Senhor, deverão entrar no reino de Cristo - o milênio. Acabamos de demonstrar, todavia, que eles penetram, em verdade, no reino de Deus, em toda a sua glória (vs. 50-54) ou seja, no estado eterno, não no milênio (ver Mateus 13:39, 41 e 43).
Mesmo uma leitura superficial do trecho - 1ª Co 15:22-28 - confirma isto: o reino de Cristo ali mencionado já existia (e continua a existir). Desses versículos se depreende, também, indubitavelmente, não se tratar de um reinado de milênio, posterior à vinda de Cristo, mas do Seu reino como mediador, o qual chegará ao fim, ao ressuscitarem os Seus santos e ao serem, para sempre, libertos por Ele dos últimos vestígios do poder da morte. Então, será a morte tragada na vitória e se erguerá o grito:
"Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" (v. 55)
É em consonância com esse ponto de vista a propósito do reino, exposto no versículo 24 como sendo um reino atual, que em Efésios 1:21 Cristo é descrito já assentado acima de "todo o principado, e poder, e potestade, e domínio."
Quão glorioso é saber que Cristo está reinando agora! E reinará até que tenha posto todos os Seus inimigos sob os Seus pés. "Então vem o fim" - a gloriosa consumação de todas as coisas.

continua...


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CAPÍTULO IX - A segunda vinda no ensino dos primeiros apóstolos

...continuação.

Importante
: O texto a seguir é de autoria do Rev. William J. Grier (1868-19??).


Os Atos dos Apóstolos - No Livro de Atos, encontramos várias referências à volta do Senhor; na ascensão, descrita no capítulo l, os discípulos O fitavam, enquanto subia, "como que levando consigo os seus olhos e corações" para o Céu. Anjos lhes asseguraram que havia de vir assim como para o céu O tinham visto ir, isto é, em pessoa e em forma visível.

No capítulo 3:21, Pedro fala de Cristo:
"O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo."
A expressão "tudo" não significa "tudo", no sentido absoluto, pois a Bíblia não ensina universalismo. O Filho de Deus, que encarnou, mas agora está glorificado no céu, ali deve ficar, diz este versículo, até que seja restabelecida toda a ordem possível e restaurada a comunhão com a Divindade de todos os que para isso Ele designou (ver o livro "Comentário de Atos", escrito pelo Dr. J. A. Alexander). É necessário que Ele continue à mão direita de Deus, pois de lá guia todas as coisas em direção ao glorioso acontecimento, quando se concluirá o plano maravilhoso que está executando. Sua permanência no céu é o meio para a consecução desse plano. Pedro, que aqui está discorrendo acerca da "restauração de todas as coisas", refere-se, sem dúvida, à segunda vinda do Senhor, quando (conforme escreveu no capítulo 3 de sua segunda carta) haverá grandes transformações no mundo, sendo queimados céus e terra, surgindo, então, novos céus e nova terra. Ao voltar, o Senhor fará uma obra completa e, na terra renovada, não haverá pecado e cousa alguma fora do lugar.

Em Atos 10:42, Pedro diz:
"E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos."
Cristo é indicado como o futuro Juiz de toda a humanidade - de todas as gerações - passadas, presentes e futuras.

No capítulo 17:30, 31, Paulo afirma:
"Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos."
O julgamento será um tribunal solene para todo o género humano de uma vez. Não vamos discutir se o dia de juízo será um dia comum de 24 horas. A declaração de Agostinho merece consideração:
"Deus fará que cada homem reviva na memória todas as suas obras - boas ou más - em visão mental, com rapidez maravilhosa" e, assim, "todos serão julgados ao mesmo tempo e, apesar disso, individualmente."
Certamente, os ouvintes de Paulo, quando falou em "um dia" não pensaram querer ele dizer um período de mais de mil anos, com um julgamento no início e outro no fim.

No capítulo 24:15, Paulo assegura que "haverá uma ressurreição dos mortos, tanto dos justos como dos injustos." Uma ressurreição, não duas. Repetimos: o ressurgir dos mortos será geral, total, sem exceção.

Como é natural, o ensino apostólico apresenta, com respeito à segunda vinda do Senhor, o mesmo testemunho dado por Ele próprio. É verdade, conforme diz o Dr. Warfield, que a vinda de Cristo para julgar foi "o centro e a real substância da pregação de Paulo aos gentios."


1ª Carta aos Tessalonicenses
.

A seguir, vamos considerar as cartas de Paulo aos Tessalonicenses. Foram as primeiras por ele escritas, embora não figurem em primeiro lugar, em nossa Bíblia.

1ª Ts 4:13-18 é um trecho muitas vezes citado em apoio do ponto de vista pré-milenista. Na realidade, nada há, nessa passagem, sobre um arrebatamento secreto, pois não pode haver segredo em "alarido, voz do arcanjo e a trombeta de Deus." Mas o que algumas vezes se alega é não se encontrar aí qualquer menção à ressurreição dos ímpios, de onde se depreender que será em época diferente da dos justos. Acontece, no entanto, que Paulo está escrevendo com o intuito de confortar os santos entristecidos pela morte de amigos crentes. Evidentemente, ocorria ali, como na Igreja de Corinto, haver alguns que duvidavam da ressurreição mesmo dos que morriam em Cristo Jesus e, por isso, se entristeciam tanto quanto os pagãos (v. 13). Devemos ter na lembrança que essa comunidade, ainda muito nova, tinha acabado de emergir do paganismo. Paulo escreve a fim de a tranquilizar.

"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.
Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras."
Quando Paulo diz: "os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro", a palavra "primeiro" expressa precedência, não com respeito aos ímpios, mas aos santos que ainda estiverem vivos. Ele está asseverando aos crentes de Tessalônica que os santos mortos, ao chegarem à presença do Senhor, quando Ele vier, não ficarão um instante sequer atrás dos que estiverem vivos. Não está Paulo, absolutamente, pensando nos ímpios, quando escreve tais versículos. Repitamos: seu objetivo é confortar os crentes acabrunhados pela partida de seus queridos, embora mortos em Cristo. Daí ser perfeitamente natural o silêncio com relação aos ímpios.
Silencia, de todo, entretanto, o apóstolo com respeito ao destino dos ímpios? Leia-se a passagem imediatamente a seguir: 1ª Ts 5:1-11. Trata do mesmo assunto de 1ª Ts 4:13-18. O quinto capítulo está intimamente ligado ao anterior. Principia com a palavra "Mas". O quarto capítulo responde à pergunta: Que acontecerá aos nossos amados que morreram no Senhor, quando Ele vier? O quinto trata da pergunta: Quando terá lugar o grande evento? A maior parte dos pré-milenistas tenta mudar o tema do capítulo 5, porque faz distinção entre "o dia do Senhor" e o da Sua vinda para os Seus. Já vimos, neste trabalho, não ser possível estabelecer tal distinção. Claro que essa passagem não lhe oferece qualquer base. Está perfeitamente ligada à precedente:

"Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite;
Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobre-virá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão." (1ª Ts 5:1-4)
Aqui desmorona completamente a concepção pré-milenista de que os santos são arrebatados vários anos antes do dia do Senhor. O verso 4 diz que os santos também serão atingidos naquele dia, porém ele não os apanhará de surpresa, despreparados, como um ladrão tenta fazer.
Além disso, o capítulo 5 de 1ª Tessalonicenses demonstra que o dia da segunda vinda do Senhor traz condenação para os ímpios. Paulo associa a essa vinda tanto a ressurreição e glorificação dos santos como a repentina destruição dos ímpios. Sem a menor sombra de dúvida, "aquele dia" abrangerá todos: salvos e não salvos. Os crentes devem aguardá-lo (1ª Ts 5:4-10), pois então lhes será concedida salvação em toda a sua plenitude (v. 9). Passarão a viver com Ele (v. 10), ao passo que aquele mesmo dia trará fim à falsa segurança dos não crentes, em "súbita destruição."


2ª Tessalonicenses
.

O objetivo do 1º capítulo desta carta é, ainda, confortar. Neste caso, o conforto se faz necessário por causa de perseguições e tribulações. Paulo insiste em que os sofrimentos dos Tessalonicenses constituíam uma prova do favor de Deus, que demonstrava considerá-los dignos do reino.
"Se de fato é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,
E a vós, que sois atribulados, descanso conosco [...]"
(2ª Ts 1:6,7)
Quando dará Ele, em paga tribulação a uns e descanso a outros? O apóstolo responde prontamente:
"[...] quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder,
Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus [...]"

Será a sentença executada sobre justos e ímpios ao mesmo tempo? De novo responde o apóstolo: Sim, pois continua:
"[...] dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, [...]"

Quando? Ele dá a resposta:
"Quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem." (v. 10)
Podemos observar que, quando vier para a libertação dos Seus santos atribulados, o Senhor o fará como "labareda de fogo". Não se fala em arrebatamento secreto aqui! Mais importante, ainda, é notar como estão entrelaçados a recompensa dos justos e o castigo dos ímpios no tocante ao tempo, ambos ocorrendo imediatamente ao vir o Senhor. Esta passagem deveria bastar para esclarecer perfeitamente que não haverá um arrebatamento oculto para, decorridos vários anos, sobrevir o aparecimento do Senhor, em toda a Sua glória, ao mundo. Fica, também, totalmente esclarecido: uma vez que a vinda do Senhor traz aos ímpios "eterna destruição", sendo eles "banidos da face do Senhor" (v. 9), nenhum ímpio sobreviverá à Sua vinda. Não haverá, portanto, iníquos para serem governados depois, durante mil anos. Mas, de acordo com os pré-milenistas, deverão, ainda, existir sobreviventes ímpios. E até no fim do milênio haverá deles, numerosos como as areias do mar - segundo a interpretação que dão ao v. 8 do capítulo 20 do Apocalipse. Esta passagem em 2ª Tessalonicenses deveria fixar definitivamente o fato de não haver duas ressurreições separadas por mil anos: a primeira, dos justos, que receberão bem-aventurança e recompensa e a segunda, dos injustos, que experimentarão Sua ira e vingança. Está absolutamente claro que se descreve apenas um grande acontecimento final. É de um evento que se fala, acompanhado de descanso para o povo de Deus e de sofrimento para Seus inimigos. Está patente que o apóstolo trata da ressurreição geral e do julgamento final como ocorrendo no momento da vinda do Senhor. Se Paulo estivesse escrevendo com o definido objetivo de combater a idéia de um julgamento em etapas, dificilmente o poderia ter feito com maior clareza do que nesta passagem.

continua...

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