quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ANIVERSÁRIO DE 1 ANO.

Hoje é dia de comemorar, encher a cara de coca-cola e comer muito brigadeiro, hehe. É isso mesmo, o A-milenismo está comemorando o seu primeiro aniversário.
Conseguir manter este espaço atualizado com certa regularidade foi um grande feito para mim, pois nem sempre e fácil conseguir inspiração e disposição para tal tarefa, mas devo dizer que tem sido muito agradável e gratificante a experiência que tenho vivido cuidando do A-milenismo. Agradeço a você leitor, que, sendo apenas um expectador ou alguém que tem interagido com freqüência contribuindo com seus comentários, dúvidas, críticas e elogios, têm-me sido de grande motivação para seguir em frente com este trabalho.
Bom, eu apenas não queria que esse dia passasse em branco, e espero que daqui a um ano eu, ou melhor, nós possamos mais uma vez comemorar este dia. Se Deus quiser.

Em Cristo, Mac.

Trabalhando para difundir a escatologia amilenista.

domingo, 17 de janeiro de 2010

JESUS CRISTO: O Verdadeiro Templo.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Dr. Kim Riddlebarger, pastor sênior na Igreja Reformada de Cristo e professor temporário de teologia sistemática no Seminário de Westminster, Califórnia.

Quando Jesus declarou de si mesmo, “Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo,” (Mateus 12:6) e quando Ele disse a uma mulher samaritana que Ele podia lhe dar “água viva” (João 4:10-14), nos é dada uma importante pista sobre como os autores do Novo Testamento estavam reinterpretando o entendimento pré-messiânico do templo de Deus à luz da vinda de Jesus, o Messias de Israel.

Quando consideramos o fato de que o templo ocupa um papel importante no testemunho dos profetas de Israel em relação à futura benção escatológica de Deus para a nação, e o que esta construção aponta para frente, ou seja, referindo-se a pessoa de Jesus, nós somos grandemente auxiliados em nossa compreensão da natureza e caráter da era milenar como uma realidade presente.

Comecemos com a expectativa do Antigo Testamento quanto ao templo do Senhor. Tanto Isaías 2:2-4 quando Miquéias 4:1-5, falam da futura benção de Deus sobre Israel nos últimos dias, quando o povo de Deus vai subir à montanha do Senhor, e ao templo, aonde o povo de Deus vai mais uma vez aprender os caminhos do Senhor.

Em Isaías 56, lemos sobre aqueles que abraçam a aliança de Deus (v. 4), e que amam o nome do Senhor e guardam o Seu sábado (v. 6-8). Eles serão levados ao santo monte e à casa do Senhor, que é o templo e a casa de oração para todas as nações (v. 7). Uma visão semelhante é dada em Isaías 66:20-21. Aqui somos informados de que os israelitas vão trazer suas ofertas de grãos para o templo de Deus, e o Senhor irá renovar o sacerdócio (v. 20,21). Na visão profética de Zacarias, nós aprendemos que um dia os sacrifícios de Israel serão uma vez mais oferecidos e serão aceitáveis a Deus (Zacarias 14:16-19).

Com toda essa expectativa profética na mente de praticamente todos os judeus que viveram na palestina no primeiro século, não é de admirar que a declaração de Jesus do julgamento de Deus sobre o templo – “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mateus 24:2) – veio como um choque e ofensa. Como ousa este homem dizer que toda essa expectativa de um glorioso templo se cumpre nEle? Falando de si mesmo, Jesus disse:

“Derribai este templo, e em três dias o levantarei.” (Jão 2:19)
Não foi até depois da ressurreição de Cristo que o significado destas palavras tornou-se claro. Quando Jesus falou da destruição do templo, ele estava falando de seu próprio corpo (João 2:22). Isto é o que Ele quis dizer quando afirmou que um que era maior que o templo havia chegado!
Além disso, há a profecia do Antigo Testamento de um novo e glorioso templo, que se encontra em Ezequiel 40-48. Ezequiel antevê um tempo futuro para o povo de Deus em que o templo será reconstruído, o sacerdócio será restabelecido, verdadeiros sacrifícios serão novamente oferecidos e o rio da vida vai fluir do templo. Como interpretamos esta profecia terá um impacto significativo sobre a questão de se existirá ou não uma futura era milenar sobre a terra.

Não há surpresa alguma na interpretação dispensacionalista de que esta profecia será cumprida literalmente em um milênio terrestre. Segundo Dwight Pentecost:

“A gloriosa visão de Ezequiel revela que é impossível localizar o seu cumprimento em qualquer templo passado ou sistema que Israel já conhecia, mas deve esperar por um cumprimento futuro após o segundo advento de Cristo quando o milênio for instituído. O sistema sacrificial não é um judaísmo reinstituído, mas o estabelecimento de uma nova ordem que tem como propósito relembrar a obra de Cristo sobre a qual descansa toda a salvação. O cumprimento literal da profecia de Ezequiel será o meio de glorificação de Deus e a benção do homem no milênio” (J. D. Pentecost, Things to Come, Zondervan, 1978, 531).
Sensível à crítica amilenista tradicional que tais imagens do sacrifício contínuo de animais e a adoração no templo depois da segunda vinda de Cristo anulam Sua obra salvífica, especialmente dado o fato de que esses aspectos da economia mosaica do Antigo Testamento são cumpridos no calvário, Pentecost é cuidadoso em argumentar que a profecia de Ezequiel não está relacionada a uma nova economia mosaica, mas a uma ordem inteiramente nova, uma que comemora a obra redentora de Cristo ocorrida no passado.
Novamente, porque Pentecost está comprometido com um “cumprimento literal” das profecias do Antigo Testamento, e porque ele está ciente que a própria obra redentora de Cristo cumpre a tipologia da economia mosaica, ele é forçado a argumentar que a adoração no templo no milênio está associada com uma condição totalmente nova.

Mas é isto que os autores do Novo Testamento nos ensinam sobre essas profecias? Em outro post, argumentei que o Novo Testamento ensina que Cristo é o verdadeiro Israel e o grande filho de Davi (
Clique aqui: JESUS CRISTO: O Verdadeiro Israel). É na igreja de Cristo – como corpo místico de Jesus – que encontramos o cumprimento das profecias do Antigo Testamento sobre Jerusalém e o Monte do Senhor. A promessa de uma terra, será cumprida em um novo céu e terra na consumação (conferir Romanos 4:13; Hebreus 11:9-10). O Novo Testamento claramente ensina que Cristo é o Novo Templo e que qualquer nova ordem de celebração envolvendo as cerimônias típicas do templo terrestre encontrada em um milênio futuro, só pode celebrar os tipos e sombras, não a realidade.
Isso apresenta um sério problema para os dispensacionalistas, que argumentam, com efeito, que a história redentora toma uma meia-volta na era milenar, assim como a realidade que está em Cristo agora supostamente retorna aos tipos e sombras do Antigo Testamento.

Como, então, a figura do templo do A.T. é cumprida por Jesus Cristo no N.T.? Em Êxodo 40:34, nos é dito que a glória do Senhor encheu o tabernáculo. Quando visto no contexto geral da história da redenção, podemos ver como isso apontava para o dia de Pentecostes, quando, através da habitação do Espírito Santo, a glória do Senhor encheu o verdadeiro templo, o corpo místico de Jesus Cristo (1ª Coríntios 12:12 – conferir Kline, Structure of Biblical Authority, 194).

Se o corpo de Cristo é o verdadeiro templo – como Paulo diz, “Porque vós sois o templo do Deus vivente” (2ª Coríntios 6:16) – que utilidade ainda resta para um futuro templo literal? Isso para que o templo tinha apontado, é agora uma realidade graças ao trabalho do Espírito Santo. Porque retornar aos tipos e sombras?

Também está claro nos capítulos 8-10 de Hebreus, que em sua morte, Jesus cumpriu a tipologia do sacerdócio do A.T., e em Seu próprio sangue, Ele coloca um fim ao sistema de sacrifícios, de uma vez por todas! Diz o autor de Hebreus:

“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade,
Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.” (Hebreus 8:1,2)
Se a realidade para que os sacrifícios e sacerdócio do Antigo Testamento apontaram é para ser encontrada em um verdadeiro santuário e tabernáculo no céu [a saber, Jesus], por que aguardar um retorno às sombras sob a forma de um templo terreno que teve o propósito de servir toda a revelação do A.T. com o objetivo de nos mostrar uma melhor e verdadeira cena celestial?
Contrariando a opinião dos dispensacionalistas, a celebração prescrita no N.T. ratificada pela Nova Aliança não é para ser encontrada em uma nova ordem de adoração no templo, uma ordem que inclui um novo templo, um novo sacerdócio e mais sacrifícios de animais, supostamente para ser reinstituída em um reino milenar terreno. Pelo contrário, quando Jesus profere as palavras de instituição, “isto é o meu corpo, isto é o meu sangue; fazei isto em memória de mim,” ele estabelece o método divinamente aprovado de celebração da sua obra sacrificial, o sacramento da Ceia do Senhor. É dessa forma que o povo de Deus se alimenta do Salvador, através da fé e comemorando o sacrifício dEle em seu favor.

Quando Jesus diz à mulher samaritana que ele pode dar-lhe água viva e que “aquele que beber da água que eu [Ele] lhe der nunca terá sede,” Jesus está declarando conscientemente que ele cumpre essa figura profética de que Ezequiel havia predito no trigésimo sétimo capítulo de sua profecia, quando falava da água que flui do santuário (Leon Morris, The Gospel According to John, The New International Commentary on the New Testament, Eerdmans, 1971, 259-261). Se Jesus é o verdadeiro templo de Deus, então somente Ele nos dá essa “água viva” que tira a sede do homem ansioso pelo pecado.

Portanto, a insistência dispensacionalista sobre um retorno das sombras e tipos associados com a expectativa profética do Antigo Testamento na era milenar, incorre em um sério equívoco quanto à natureza da história da redenção. Ao argumentar por uma nova ordem de celebração baseada na tipologia veterotestamentária que ainda está para começar na era milenar, os dispensacionalistas vêem o futuro não como uma consumação, mas como um retorno ao passado. E isto, claro, tristemente obscurece a pessoa e obra de Cristo quando se vê a realidade última não nEle, mas nos tipos e sombras que estavam destinados a perecer quando a realidade do nosso Senhor entrou na “dramática cena” da redenção.


Traduzido por MAC.


sábado, 9 de janeiro de 2010

A respeito da Grande Tribulação.

Importante: O texto a seguir é de autoria do Dr. Kim Riddlebarger, pastor sênior na Igreja Reformada de Cristo e professor temporário de teologia sistemática no Seminário de Westminster, Califórnia.

Jeremy pergunta:

No sistema amilenista, onde se encaixa a tribulação? Nós estamos vivendo-a agora, ou será um momento distinto antes do retorno de Cristo?

Resposta do Dr. Kim Riddlebarger:


Está é uma questão importante por várias razões. Primeiro, quando a maioria das pessoas pensa na grande tribulação, elas o fazem pela idéia dispensacionalista de que no tempo do arrebatamento o mundo entra em um período de sete anos de tribulação em que o Anticristo chega ao poder após a inesperada remoção de todos os crentes. O Anticristo então faz um tratado de paz de sete anos com Israel, para em seguida voltar-se contra Israel depois de três anos e meio, mergulhando o mundo numa crise geopolítica que termina com a batalha do Armagedom. Os dispensacionalistas acreditam que este é um tempo de terrível crueldade e que a única maneira de ser salvo durante este período é a de se recusar a receber a marca da besta, e não adorar a besta ou sua imagem. O principal problema com esta interpretação é que ela não é encontrada em nenhum lugar nas Escrituras.
A segunda razão pela qual essa questão é importante tem a ver com o surgimento de várias formas de preterismo (hiper-preterismo e os chamados preteristas “parciais”, sendo o primeiro considerado uma heresia) que alegam que Cristo voltou no ano 70 d.C para executar o juízo sobre o Israel apóstata, a cidade de Jerusalém e o templo judaico com seu sistema sacrificial. Aqueles que defendem as várias formas de preterismo acreditam que esta grande tribulação falada por Jesus (Mateus 24:21) veio e se foi com os eventos associados com a destruição de Jerusalém e do templo pelos romanos.
Ter em mente a tendência de relegar um momento de “grande” tribulação para um passado distante ou futuro iminente é importante para a pesquisa do ensinamento bíblico a esse respeito. Como veremos, este tempo de “grande tribulação” não pode ser vinculado exclusivamente aos eventos de 70 d.C., ou ao fim dos tempos. O povo de Deus pode enfrentar esta tribulação em qualquer ocasião entre a tribulação redentora de Cristo na cruz e o fim da presente era.
Praticamente todos os estudiosos concordam que a base para as três referências no Novo Testamento para uma “grande tribulação” (Mateus 24:21; Apocalipse 2:22; 7:14) é Daniel 12:1, onde se lê:
“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.”
Na profecia de Daniel este período de sofrimento não está relacionado somente ao fim dos tempos (como os dispensacionalistas querem ao mencionar a ressurreição geral nos vs. 2-3), mas a base para que o povo de Deus possa enfrentar a tribulação é a sua fidelidade a aliança dEle, que os capacitará a enfrentar toda perseguição externa (pelo estado) e o falso ensinamento (vindo de dentro) que acaba por causar a apostasia de muitos dos que participam dessa mesma aliança (cf. Daniel 11:30-39; 44; 12:10).
A mesma idéia é encontrada nas cartas às sete igrejas em Apocalipse 2-3. Três das igrejas mencionadas (Éfeso, Sardes e Laodicéia) estão sofrendo muito, e duas outras igrejas estão totalmente comprometidas com o seu testemunho de Cristo (Pérgamo e Tiatira). À luz das lutas dessas igrejas como sendo suas próprias experiências, em Apocalipse 2:22, lemos:
“Eis que a porei [Jezabel] numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras.”
Aqui, a “grande tribulação” é imposta sobre aqueles na igreja de Tiatira que se deleitam nos falsos ensinos dessa mulher. Isto, explica o texto, é um momento de “grande tribulação” para os incrédulos (apóstatas).
Em Apocalipse 7:14, um dos anciãos diz a João que:
“Estes [João vê] são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”
Esta passagem refere-se ao remanescente fiel através do tempo que suportou a perseguição do mundo e que tem sido condenado a morte. A este remanescente tem sido dado vestes brancas e cada lágrima é enxugada de seus olhos, estando eles servindo no templo celeste. Eles não mais terão fome nem sede!
Em ambas as passagens de Apocalipse, então, a idéia de uma “grande tribulação” refere-se aos eventos ocorrendo em vários pontos entre a própria tribulação de Cristo na cruz e o final dos tempos. Como Beale coloca:
“A grande tribulação já começou com os sofrimentos e o sangue derramado de Jesus, e todos os que seguem Ele devem igualmente sofrer através dEle.”
Beale continua a dizer que este é o ponto de passagens como Apocalipse 1:9 (onde João afirma que ele já é um participante na tribulação porque ele segue a Cristo); Colossenses 1:24; e 1ª Pedro 4:1-7,12,13 (cf. G. K. Beale, The Book of Revelation, 433-435).
Enquanto Jesus fala de “grande tribulação” em conexão com a destruição de Jerusalém e seu templo – os eventos de 70 d.C. (Mateus 24:21) –, em Apocalipse, João fala de tais períodos de “grande tribulação” como sempre ocorrendo ao longo do curso desta era, possivelmente intensificado no tempo do fim.
Então, com isso em mente, estamos agora em posição de responder as perguntas de Jeremy.

1 – “Onde se ajusta a tribulação?”

Podemos enfrentar a tribulação em qualquer ponto no curso da era interadventual. Na providência de Deus, podemos até enfrentar um momento de “grande tribulação”

2 – “Nós estamos vivendo nela agora?”

Sim e não. Enquanto nós vivemos em uma época onde incrédulos e autoridades do governo atentam em nos perseguir e nos enganar, seguramente isto não é certo para mim (em resposta a esta questão) ao comparar a minha situação atual (na verdade, minha situação durante toda a vida) com a de um cristão que vive em Darfur, ou na China, ou em uma nação muçulmana. Alguns do povo de Deus terão de enfrentar raiva e ódio indescritíveis por todo este período. Alguns serão martirizados, e muitos vão viver em privação. Outros serão poupados e prosperarão grandemente. A razão pela qual alguns sofrem e outros não, não é para ser encontrada no merecimento de cada cristão, mas na misteriosa providência de Deus.

3 – “Será um tempo distinto antes do retorno de Cristo?”

Não no sentido ensinado pelos dispensacionalistas que acreditam em uma tribulação de sete anos que está vinculada ao cumprimento de Daniel 9:24-27. Eu acredito que esta seja uma profecia messiânica já cumprida em Cristo. Mas haverá um aumento da tribulação (tanto em intensidade quanto em freqüência) antes do tempo do fim? Eu diria que é uma possibilidade real, e a Bíblia nos adverte que podemos ser chamados a sofrer durante um tempo de “grande tribulação”, enquanto ao mesmo tempo nos encoraja com a promessa do Deus de graça todo-suficiente sob as mais difíceis circunstâncias.

Traduzido por MAC.

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