Importante: Dr. Kim Riddlebarger é pastor sênior na Igreja Reformada de Cristo e professor temporário de teologia sistemática no Seminário de Westminster, Califórnia.
Se estivéssemos dentro do campo de visão profético típico dos profetas de Israel após o exílio e o cativeiro, e com eles nós olhássemos para o futuro, o que veríamos? Os profetas de Israel claramente antecipam um momento quando Israel será restaurado à sua antiga grandeza. Mas será que a restauração da nação de Israel à sua antiga glória refletirá os dias da monarquia? Ou será que a monarquia em si mesma nos aponta para o monarca?
Tal visão profética inclui não só a nação, mas a terra de Canaã, a cidade de Jerusalém, o trono de Davi, assim como o templo em Jerusalém. Desde que a nação foi dividida e o povo foi levado em cativeiro para a Babilônia cerca de cinco séculos antes da primeira vinda de Cristo, o magnífico templo destruído e o sacerdócio chegando ao seu fim, tal expectativa profética relacionada com o futuro de Israel muito naturalmente falou de uma reversão da sua sorte e da desgraça da calamidade que tinha caído sobre a nação.
Mas em uma retrospectiva apostólica, Pedro fala de como...
Os Dispensacionalistas, com sua chamada “hermenêutica literal”, são obrigados a interpretar tais passagens literalmente e, desse modo, atribuem o cumprimento dessas profecias de Isaías a um futuro milênio terrestre em que Israel co-existirá com os gentios sob o reinado do rei davídico (ver Walvoord, The Millennial Kingdom, 302-304; e Pentecost, Things to Come, 503-508). Na prática, isso equivale à restauração da monarquia com Jesus tomando seu lugar no trono real de Davi e regendo as nações a partir deste Israel restaurado.
Mas é assim que o Novo Testamento interpreta as profecias messiânicas sobre o servo do Senhor? Quem é o servo do Senhor? É a nação de Israel, ou Jesus, o Messias de Israel?
Para responder estas questões, precisamos ver que os escritores do evangelho interpretam estas profecias de Isaías como cumpridas na missão messiânica de Jesus.
Primeiro, em Mateus 12:15-21, por exemplo, quando Jesus se retirou e as multidões o seguiram, Mateus relata que este evento cumpriu o que tinha sido falado pelo profeta Isaías. Este evento serve para demonstrar que Jesus é o verdadeiro servo do Senhor.
Segundo, quando Jesus expulsou demônios e curou doentes, Mateus viu nisto o cumprimento das profecias de Isaías de um servo sofredor que tomaria sobre si as nossas enfermidades e levaria as nossas doenças (Mateus 8:7 com Isaías 53:4).
Terceiro, no evangelho de Lucas, ele fala tanto de Israel (cf. Lc 1:54) e Davi como servos de Deus (Lc 1:69). No entanto, em Atos, Lucas claramente fala de Jesus como o servo de Deus (At 3:13). Após a crucificação, Deus ressuscitou Jesus dos mortos para que pessoas de todos os lugares pudessem ser chamadas ao arrependimento (3:26).
Quarto, quando o eunuco etíope ouve a leitura de Isaías 53:7-8 e pergunta a Filipe sobre a quem esta profecia se refere, Lucas nos diz que Filipe informou ao etíope que esta passagem certamente referia-se a Jesus (At 8:34-35).
Mas isso não é tudo o que está em vista aqui. Em Oséias 11:1, Oséias previu uma época quando...
Se estivéssemos dentro do campo de visão profético típico dos profetas de Israel após o exílio e o cativeiro, e com eles nós olhássemos para o futuro, o que veríamos? Os profetas de Israel claramente antecipam um momento quando Israel será restaurado à sua antiga grandeza. Mas será que a restauração da nação de Israel à sua antiga glória refletirá os dias da monarquia? Ou será que a monarquia em si mesma nos aponta para o monarca?
Tal visão profética inclui não só a nação, mas a terra de Canaã, a cidade de Jerusalém, o trono de Davi, assim como o templo em Jerusalém. Desde que a nação foi dividida e o povo foi levado em cativeiro para a Babilônia cerca de cinco séculos antes da primeira vinda de Cristo, o magnífico templo destruído e o sacerdócio chegando ao seu fim, tal expectativa profética relacionada com o futuro de Israel muito naturalmente falou de uma reversão da sua sorte e da desgraça da calamidade que tinha caído sobre a nação.
Mas em uma retrospectiva apostólica, Pedro fala de como...
“... a respeito dessa salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram, procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o Espírito de Cristo que neles estava, quando lhes predisse os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos. A eles foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios, mas para vocês, quando falaram das coisas que agora lhes foram anunciadas por meio daqueles que lhes pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado do céu; coisas que até os anjos anseiam observar.” (1ª Pedro 1:10-12)Em Isaías 41:8-9, o profeta falou de uma futura restauração da nação de Israel nestes termos:
“Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei.”A mesma promessa é reiterada no próximo capítulo de Isaías 42:1-7, quando o Senhor declara de seu servo:
“Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.” (v. 6)Isaías continua a falar deste servo nos capítulos 44 (vs. 1 e 2) e 45 (v. 4).
Os Dispensacionalistas, com sua chamada “hermenêutica literal”, são obrigados a interpretar tais passagens literalmente e, desse modo, atribuem o cumprimento dessas profecias de Isaías a um futuro milênio terrestre em que Israel co-existirá com os gentios sob o reinado do rei davídico (ver Walvoord, The Millennial Kingdom, 302-304; e Pentecost, Things to Come, 503-508). Na prática, isso equivale à restauração da monarquia com Jesus tomando seu lugar no trono real de Davi e regendo as nações a partir deste Israel restaurado.
Mas é assim que o Novo Testamento interpreta as profecias messiânicas sobre o servo do Senhor? Quem é o servo do Senhor? É a nação de Israel, ou Jesus, o Messias de Israel?
Para responder estas questões, precisamos ver que os escritores do evangelho interpretam estas profecias de Isaías como cumpridas na missão messiânica de Jesus.
Primeiro, em Mateus 12:15-21, por exemplo, quando Jesus se retirou e as multidões o seguiram, Mateus relata que este evento cumpriu o que tinha sido falado pelo profeta Isaías. Este evento serve para demonstrar que Jesus é o verdadeiro servo do Senhor.
Segundo, quando Jesus expulsou demônios e curou doentes, Mateus viu nisto o cumprimento das profecias de Isaías de um servo sofredor que tomaria sobre si as nossas enfermidades e levaria as nossas doenças (Mateus 8:7 com Isaías 53:4).
Terceiro, no evangelho de Lucas, ele fala tanto de Israel (cf. Lc 1:54) e Davi como servos de Deus (Lc 1:69). No entanto, em Atos, Lucas claramente fala de Jesus como o servo de Deus (At 3:13). Após a crucificação, Deus ressuscitou Jesus dos mortos para que pessoas de todos os lugares pudessem ser chamadas ao arrependimento (3:26).
Quarto, quando o eunuco etíope ouve a leitura de Isaías 53:7-8 e pergunta a Filipe sobre a quem esta profecia se refere, Lucas nos diz que Filipe informou ao etíope que esta passagem certamente referia-se a Jesus (At 8:34-35).
Mas isso não é tudo o que está em vista aqui. Em Oséias 11:1, Oséias previu uma época quando...
“... Israel era rapaz, então o amei, e do Egito chamei o meu filho.”Mas em Mateus 2:15, o evangelista nos diz que a profecia de Oséias foi cumprida quando os pais de Jesus o levaram para o Egito para protegê-lo da matança dos inocentes promovida por Herodes. Porém, depois da morte de Herodes, Deus chamou Jesus e sua família para retornar a Nazaré. Mateus toma uma passagem de Oséias que claramente se refere a Israel, e diz ao seu leitor que esta passagem é agora cumprida em Jesus Cristo! Ele faz isso para provar para seu público, composto por judeus em sua maioria, que Jesus é o servo do Senhor, anunciado em todo o Antigo Testamento (especialmente Isaías).
Até agora isto deveria estar claro, que de acordo com muitos escritores do Novo Testamento, Jesus é o verdadeiro servo, o verdadeiro filho e o verdadeiro Israel de Deus. Lembre-se também que foi Isaías quem falou de Israel e dos descendentes de Abraão como o povo de Deus. É através da semente de Abraão que as nações seriam abençoadas.
Portanto, assim como Jesus é o verdadeiro Israel, ele é a verdadeira semente de Abraão. Este é o ponto que Paulo levanta em Gálatas 3:7-8, quando diz:
“Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.As palavras de Paulo aqui são importantes por vários motivos.
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.”
Primeiro, Paulo nos diz que Abraão creu no mesmo evangelho que ele pregou aos gálatas gentios. Desde o início houve apenas um plano de salvação e um evangelho. Isto, é claro, levanta questões muito sérias sobre a noção dispensacionalista do propósito redentivo “claramente distinto” para o Israel nacional e os gentios, como é evidente quando Paulo continua a dizer em Gálatas 3:29, que:
“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”Segundo, a promessa do evangelho é que desde o início da história da redenção é que os verdadeiros filhos de Abraão, sejam judeus ou gentios, são herdeiros da promessa, se eles pertencem a Jesus Cristo, a verdadeira semente de Abraão. Mas, como Robert Strimple assinala, uma importante palavra de esclarecimento é certamente conveniente:
“Nós (amilenistas) dizemos: ‘Sim, a nação de Israel foi o povo de Deus na Antiga Aliança. Agora, na Nova Aliança, acreditamos que a Igreja é o povo de Deus’. E assim nós rapidamente passamos correndo (ou perderemos a benção que nos traz toda a questão) pelo fato de que nós cristãos somos o Israel de Deus, a semente de Abraão e os herdeiros da promessa, e que somente por causa da fé somos unidos a Ele que é o único e verdadeiro Israel, a semente de Abraão.” (ver Strimple, “Amillennialism,” em Bock, ed., Three Views of the Millennium and Beyond, 89).As conclusões acerca de uma visão milenar deveriam agora ser óbvias.
Se Jesus é o verdadeiro Israel de Deus e se os escritores do N.T. aplicam a Jesus as profecias do A.T. referentes a Israel como filho ou servo de Deus, então o que resta para os dispensacionalistas que estas profecias ainda continuem a serem cumpridas em um futuro milênio? Elas desaparecem em Jesus Cristo, que cumpriu-as todas!
Traduzido por MAC.
Veja também este artigo original em inglês: http://kimriddlebarger.squarespace.com/the-latest-post/2008/4/1/amillennialism-101-jesus-christ-the-true-israel.html
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