segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os judeus, como coletividade, nação, povo ou raça, não são mais o povo de Deus.

...continuação.

IMPORTANTE
: O texto a seguir é de autoria de Harald Schaly, falecido pastor batista e mestre do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (no Recife).


O que diz o titulo acima é evidenciado em várias passagens, das quais iremos citar algumas, mais expressivas, começando com a parábola dos lavradores maus, que Jesus proferiu na última semana de seu ministério em Jerusalém, no templo, dirigindo-se especialmente aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos que estavam presentes e que representavam a nação e o povo judaico.

A parábola mencionada encontra-se nos três evangelhos sinópticos – Mateus, Marcos e Lucas – e iremos transcrevê-la como encontrada no evangelho de Mateus 21:33-45.

“Ouvi, ainda, outra parábola: Havia um homem, proprietário, que plantou um vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.
E quando chegou o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos. E os lavradores, apoderando-se dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram. Depois enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo.
Por último enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho terão respeito. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.
E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram. Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? Responderam-lhe eles: Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe entreguem os frutos. Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus e será dado a um povo que dê os seus frutos...

Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava (negrito acrescentado).

De Lucas 20:16, vemos que não somente os líderes religiosos e políticos presentes entenderam que Jesus ensinava que Deus iria rejeitar Israel como seu povo escolhido, mas também o povo presente na ocasião o entendeu, pois, quando Jesus disse que o reino lhes seria tirado, disseram: “Tal não aconteça!”

No cap. 8 de João, lemos de uma polêmica que os judeus tiveram com Jesus. Quando eles disseram:

“Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me... Vós fazeis as obras de vosso pai. Replicaram-lhe: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Respondeu-lhes Jesus: Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer o desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio” (v. 39-44).
Volvamo-nos, agora, ao que Paulo escreveu aos gálatas, na sua epístola, no cap. 3, verso 16:

“Ora, a Abraão e a seu descendente foram feitas as promessas; não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo.”
Algumas versões usam o termo posteridade, em vez de descendente. Mas posteridade, ainda que no singular, dá uma conotação coletiva, que não se entrosa satisfatoriamente nesta argumentação, em que Paulo está falando de uma só pessoa: “a teu descendente”, que é Cristo”.

Na epístola aos Hebreus, 1:2, lemos que Deus “o constituiu herdeiro de todas as coisas”.

Em Gálatas 3:29, Paulo escreve:

“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”
E João Batista diz:

“... até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lc 3:8).
Na alegoria que o apóstolo Paulo faz de Sara e Agar, na sua epístola aos Gálatas, 4:21-30, os judeus, então centralizados em Jerusalém, apegados à lei e hostilizando os cristãos, são representados como filhos de Abraão pela sua concubina e escrava Agar, como foi Ismael, gerados para a servidão sob a lei mosaica, enquanto os cristãos, que formam a Jerusalém espiritual, que é de cima, são representados como Isaque, filho de Sara, filho da promessa, para a liberdade cristã. E Paulo acrescenta ainda:

“Mas, como naquele tempo o que nasceu segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim é também agora” (v. 20 – confira At 17:5; 18:12; 22:27; Ap 2:9; 3:9; etc.).
“Que diz, porém, a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre” (v. 30).

Mas o que Paulo escreveu na sua primeira epístola aos Tessalonicenses, 2:14-16, parece-nos ser a expressão mais decisiva quanto à cessação da aliança coletiva de Deus com o povo de Israel:
“Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia... porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus; os quais mataram ao Senhor Jesus, bem como aos profetas, e a nós nos perseguiram, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens, e nos impedem a falar aos gentios para que sejam salvos; de modo que enchem sempre a medida de seus pecados; mas a ira caiu sobre eles afinal.”
continua...

2 comentários:

  1. Mac muito bom o que você está fazendo, expondo o escrito no livro do Pr. Harald Schaly “O Pré- Milenismo Dispensacionalista à Luz do Amilenismo”, excelente livro do citado pastor, expondo os equívocos de interpretação do Pré- Milenismo Dispensacionalista, foi um dos melhores livros que li, o achei simples e objetivo e de fácil leitura.

    Cordialmente na paz de Cristo,

    Franciney.

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  2. Franciney,

    Agradeço a você o apoio e a consideração que está tendo por esse trabalho. Realmente eu espero que esse blog possa render bons frutos dando a todos os cristãos (principalmente os pentecostais como eu) a possibilidade de optarem por uma escatologia sólida e bíblica.

    Ps: Espero contar com a ajuda de todos que simpatizam com esse blog para que ele possa ser mais e mais divulgado ;o)

    Um forte abraço em Cristo,

    MAC.

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