...continuação.
IMPORTANTE: O texto a seguir é de autoria de Robert B. Strimple, professor de Teologia Sistemática no Westminster Theological Seminary.
Uma imagem conclusiva e tipologicamente rica na tapeçaria do AT é a do templo de Deus. Nesse ponto podemos ser breves. O tema principal no quadro profético do que Deus prometeu fazer nos dias do Messias é o fato de que ele restauraria ao seu povo as bênçãos anteriores. Mas essa não é toda a história. Não só no NT, mas nos próprios profetas do AT, é revelado que o cumprimento das bênçãos da nova aliança excederia em muito aquelas que o povo de Deus conhecera no auge da antiga aliança.
Talvez essa passagem de João 2 nos seja tão familiar que a lemos muito rapidamente, sem apreciar seu pleno significado. Podemos pensar: “Não é essa uma interessante figura de linguagem? Jesus refere-se ao seu próprio corpo como um templo. Cristo certamente tem o dom para discursos imaginosos. Podemos aprender muito com ele a respeito do uso de imagens concretas”. Nesse caso, podemos compreender mal o ensinamento. Jesus fala de sua ressurreição como o reerguimento do templo, não por causa de o corpo de alguém ser simbolizado por um templo, mas porque ele é o verdadeiro templo de Deus.
Uma vez que Cristo é o verdadeiro templo, não devemos procurar por outro. Quando foi dada ao apóstolo João a visão apoteótica de um novo céu e uma nova terra, e da “Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Ap21.2), ele relata: “Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo” (21.22).
Se os judeus fossem algum dia bem-sucedidos em construir um novo templo sobre a rocha em Jerusalém, esse não seria um cumprimento da palavra de Deus, mas uma negação dela e de sua obra, uma negação do Senhor Jesus Cristo – como João a chamaria, a sinagoga de Satanás (Ap 2.9; 3.9). Nenhum outro fundamento pode ser lançado, além do que já foi posto (1Co 3.11). Nenhum outro templo pode ser levantado sobre esse fundamento, senão o que já foi erguido, e no qual todos os santos de Deus, judeus e gentios, estão edificados como pedras vivas (Ef 2.19-22; 1Pe 2.5).
Os pré-milenaristas fazem, com freqüência, a pergunta: “Mas o que vocês me dizem sobre ‘a esperança de Israel’? Isso significa que a compreensão amilenarista da revelação bíblica está roubando a esperança de Israel?” Não, a “esperança de Israel” é a que o eleito de Israel (como também o eleito dos gentios) obteve. Esse é o ensino claro do apóstolo Paulo em Romanos 11.7 – “Israel não conseguiu aquilo que tanto buscava, mas os eleitos o obtiveram.” E essa não é nada menos que a plenitude da salvação de Deus em Jesus Cristo, em quem a promessa da aliança de Emanuel é preeminente e finalmente cumprida: “Serei o Deus deles e eles serão o meu povo” (Jr 31.33).
Quem sabe uma ilustração simples ajude a realçar o ponto de que o cumprimento pode transcender os termos nos quais a promessa é apresentada. Considere um jovem aguardando ansiosamente ser admitido na faculdade. Em recompensa pelo sem bom desempenho na escola secundária, o pai promete dar-lhe algumas “rodas” no seu aniversário, de forma que o rapaz tenha um meio de transporte para o trajeto diário. O filho fica satisfeito, pesando que ganhará uma motocicleta! Chega a manhã do dia do aniversário e o pai pergunta se ele já tinha ido lá fora, na calçada. O filho se apressa a sair, mas não há moto nenhuma lá! Mas algo muito melhor, uma Ferrari esportiva de 200 mil dólares estacionada na calçada. Será que o filho voltaria ao pai para reclamar? Obviamente que não. Essa é uma ilustração bastante materialista, mas por certo que, com respeito à realidade de nossas bênçãos espirituais em Cristo, o cumprimento pela graça de Deus (tanto agora quanto no dia da consumação e estado eterno) transcende em muito os termos nos quais a promessa foi revelada.
fim da parte 2.
[11] Clowney, “The Final Temple”, p. 105.
[12] Ibid., p. 119.
IMPORTANTE: O texto a seguir é de autoria de Robert B. Strimple, professor de Teologia Sistemática no Westminster Theological Seminary.
Uma imagem conclusiva e tipologicamente rica na tapeçaria do AT é a do templo de Deus. Nesse ponto podemos ser breves. O tema principal no quadro profético do que Deus prometeu fazer nos dias do Messias é o fato de que ele restauraria ao seu povo as bênçãos anteriores. Mas essa não é toda a história. Não só no NT, mas nos próprios profetas do AT, é revelado que o cumprimento das bênçãos da nova aliança excederia em muito aquelas que o povo de Deus conhecera no auge da antiga aliança.
Não só o remanescente reunido de Israel e Judá deve ser resgatado (Is 11.13; Ez 37.15-22; Os 1.11; 3.5). Os gentios também estão incluídos (Is 2.2-4; Mq 4.1-3). Os desterrados de outras nações são reunidos com os cativos de Israel (Is 56.6-8) e seus sacrifícios serão aceitos no altar de Deus (Zc 14.16-19). Dentre os gentios recolhidos, Deus escolherá sacerdotes e levitas (Is 66.21).[11]A chave para o cumprimento dessas maravilhosas promessas é a vinda de Cristo. O próprio Jesus declarou: “Aqui está o que é maior do que o templo” (Mt 12.6). Jesus falou da reconstrução do templo após três dias (Jo 2.19-22), e João nos diz que Jesus estava se referindo a si mesmo.
Talvez essa passagem de João 2 nos seja tão familiar que a lemos muito rapidamente, sem apreciar seu pleno significado. Podemos pensar: “Não é essa uma interessante figura de linguagem? Jesus refere-se ao seu próprio corpo como um templo. Cristo certamente tem o dom para discursos imaginosos. Podemos aprender muito com ele a respeito do uso de imagens concretas”. Nesse caso, podemos compreender mal o ensinamento. Jesus fala de sua ressurreição como o reerguimento do templo, não por causa de o corpo de alguém ser simbolizado por um templo, mas porque ele é o verdadeiro templo de Deus.
Tudo aquilo que o templo significa, então, é cumprido em Jesus Cristo: a habitação da glória de Deus no santuário, a provisão do sacrifício expiatório no portão; a reunião da congregação onde os louvores e orações de Israel ascendem da santa festividade; a corrente água da vida que vem do limiar da casa – são todas realidades em Cristo.[12]Por que o cristão evangélico deveria considerar tratar-se de “espiritualização com tendência liberal” a afirmação de que todas essas profecias são cumpridas em Cristo, em quem todas as promessas de Deus são “Sim” – e nós dizemos “Amém” para a glória de Deus (2Co 1.20)? Sabemos que é não “espiritualizar” a oferta pelo pecado dizer que ela foi para sempre cumprida por Cristo. Por que seria considerada perigosa espiritualização asseverar a mesma verdade sobre o templo, a porta e o altar, que afirmamos sobre o sacrifício oferecido ali de uma vez por todas?
Uma vez que Cristo é o verdadeiro templo, não devemos procurar por outro. Quando foi dada ao apóstolo João a visão apoteótica de um novo céu e uma nova terra, e da “Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Ap21.2), ele relata: “Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo” (21.22).
Se os judeus fossem algum dia bem-sucedidos em construir um novo templo sobre a rocha em Jerusalém, esse não seria um cumprimento da palavra de Deus, mas uma negação dela e de sua obra, uma negação do Senhor Jesus Cristo – como João a chamaria, a sinagoga de Satanás (Ap 2.9; 3.9). Nenhum outro fundamento pode ser lançado, além do que já foi posto (1Co 3.11). Nenhum outro templo pode ser levantado sobre esse fundamento, senão o que já foi erguido, e no qual todos os santos de Deus, judeus e gentios, estão edificados como pedras vivas (Ef 2.19-22; 1Pe 2.5).
Os pré-milenaristas fazem, com freqüência, a pergunta: “Mas o que vocês me dizem sobre ‘a esperança de Israel’? Isso significa que a compreensão amilenarista da revelação bíblica está roubando a esperança de Israel?” Não, a “esperança de Israel” é a que o eleito de Israel (como também o eleito dos gentios) obteve. Esse é o ensino claro do apóstolo Paulo em Romanos 11.7 – “Israel não conseguiu aquilo que tanto buscava, mas os eleitos o obtiveram.” E essa não é nada menos que a plenitude da salvação de Deus em Jesus Cristo, em quem a promessa da aliança de Emanuel é preeminente e finalmente cumprida: “Serei o Deus deles e eles serão o meu povo” (Jr 31.33).
Quem sabe uma ilustração simples ajude a realçar o ponto de que o cumprimento pode transcender os termos nos quais a promessa é apresentada. Considere um jovem aguardando ansiosamente ser admitido na faculdade. Em recompensa pelo sem bom desempenho na escola secundária, o pai promete dar-lhe algumas “rodas” no seu aniversário, de forma que o rapaz tenha um meio de transporte para o trajeto diário. O filho fica satisfeito, pesando que ganhará uma motocicleta! Chega a manhã do dia do aniversário e o pai pergunta se ele já tinha ido lá fora, na calçada. O filho se apressa a sair, mas não há moto nenhuma lá! Mas algo muito melhor, uma Ferrari esportiva de 200 mil dólares estacionada na calçada. Será que o filho voltaria ao pai para reclamar? Obviamente que não. Essa é uma ilustração bastante materialista, mas por certo que, com respeito à realidade de nossas bênçãos espirituais em Cristo, o cumprimento pela graça de Deus (tanto agora quanto no dia da consumação e estado eterno) transcende em muito os termos nos quais a promessa foi revelada.
fim da parte 2.
[11] Clowney, “The Final Temple”, p. 105.
[12] Ibid., p. 119.
Na frase "Em recompensa pelo SEM bom desempenho na escola secundária" vc não quis dizer "seu"?
ResponderExcluir